Você é empresário, executivo ou profissional liberal experiente? Já ajudou algum amigo a começar o próprio negócio, pois viu que tinha potencial? Se sim, você já atuou de forma similar a um investidor-anjo. Esse tipo de investidor apoia empreendedores com capital próprio e, caso o negócio cresça, ganha rendimentos.
Para ajudar novos negócios, você não precisa ter uma fortuna. Atualmente, plataformas online viabilizam a atuação de investidores ao permitirem reunir grupos de investidores-anjo mais facilmente. Isso reduz a exigência de capital para cada um deles entrar no negócio.
Quer saber o que é um investidor-anjo e se vale a pena se tornar um? Leia mais neste post!
O que é um investidor-anjo?
O investidor-anjo é aquele que aplica dinheiro próprio em negócios de empresas nascentes, as startups, como bancos digitais. O aporte pode ser feito quando a empresa ainda está testando o modelo de negócio ou na fase de viabilizá-lo. Além de ajudar o empreendedor com dinheiro, o investidor-anjo dá dicas de gestão e o ajuda a criar uma rede de relacionamentos.
A operação se assemelha a um empréstimo. Só que, em vez de cobrar juros, o investidor-anjo adquire uma fatia minoritária na nova empresa e recebe rendimentos conforme o negócio cresça.
Mas isso não proporciona a quem investe uma posição executiva na companhia. O papel do investidor-anjo se assemelha mais ao de um mentor ou conselheiro.
Quando o negócio atinge um determinado porte, a participação desses investidores é revendida para os donos ou outros interessados. Um dos candidatos a essa fatia na empresa são os fundos de venture capital, que costumam investir em negócios de maior porte.
Geralmente, os investidores-anjo atuam em grupos. Essa forma de aplicar permite diminuir o risco do negócio, pois exige menos capital de cada participante. Em cada negócio, existe a figura de investidores-líderes, que ficarão mais próximos da rotina e fases do investimento.
Qual é a importância desse investidor para as empresas?
O investidor-anjo é uma figura importante para empresas inovadoras, a exemplo de fintechs. Isso porque ele está disposto a apoiar novas ideias e, sem seu capital material e intelectual, o negócio muitas vezes não poderia ser viabilizado.
Negócios nascentes não têm garantias para solicitar empréstimos ao banco. Além disso, esse dinheiro costuma ser caro, pois reflete o risco de o negócio não dar certo. O investidor-anjo está disposto a correr mais risco por um valor menor, que será cobrado de forma proporcional ao crescimento da empresa. Ou seja: ele está comprometido para que o negócio dê certo.
O aporte feito por um investidor-anjo é menos burocrático do que o de outros tipos de investidores, pois costuma ser feito por Pessoas Físicas. Em geral, fundos têm regras mais rígidas de investimento, já que são supervisionados pela Comissão de Valores Mobiliários. Mesmo aceleradoras e incubadoras atuam como Pessoa Jurídica, o que aumenta suas exigências e responsabilidade para reportar resultados sobre a evolução do negócio.
Como funciona no Brasil?
O investimento-anjo é bastante difundido em mercados mais maduros, como os Estados Unidos. Por lá, ele apareceu na década de 20. No Brasil, é algo relativamente novo, mas em 2016 passou a ganhar mais proteção e estímulo.
A Lei Complementar 155/2016 definiu que o capital aportado pelo investidor-anjo não seja considerado como capital social das empresas. Ou seja, em caso de quebra do negócio, o investidor não tem responsabilidade sobre dívidas deixadas pela empresa.
A lei também prevê que o investidor-anjo seja remunerado por aportes pelo prazo máximo de cinco anos. Além disso, que eventuais resgates do dinheiro somente possam ser pedidos depois de dois anos, sem que ultrapasse o valor do aporte corrigido.
A regulamentação da modalidade de investimento de equity crowdfunding permitiu a criação de plataformas online de investimento-anjo, como a Eqseed. Nelas, é possível investir pequenas quantias em diversas startups. Contudo, o investimento não tem o caráter de mentoria: resume-se à aplicação de capital. O aconselhamento, bem como a análise dos negócios, é feita pela própria plataforma, que tem uma equipe especializada.
Vale a pena se tornar um investidor-anjo?
Existem vantagens e desvantagens em se tornar um investidor-anjo. Veja abaixo as principais delas.
Vantagens
Investir em startups com grande potencial de crescimento permite diversificar a carteira de investimentos. Num momento como o atual, no qual a taxa Selic está no nível mais baixo da história, nunca foi tão importante buscar alternativas de investimento.
Neste momento, no qual aplicações financeiras mais conservadoras rendem menos, a participação em investimentos com potencial maior de lucratividade surge como uma alternativa interessante. Caso o negócio dê certo e cresça acima das expectativas, os retornos podem ser até maiores do que os de ações, por exemplo.
O investimento-anjo ainda possibilita aliar rentabilidade alta com propósito. Um executivo que opta pela modalidade tem prazer em ensinar e ajudar outras pessoas a passarem por dificuldades enfrentadas por ele mesmo na vida corporativa. Muitas vezes, a modalidade de investimento também é uma maneira de reciclar conhecimentos e se manter ativo no mercado.
Desvantagens
O risco do investimento em empresas nascentes é alto. Caso a empresa vá à falência, o investidor-anjo tem de ter consciência de que pode perder tudo o que aplicou no negócio. Portanto, o recomendado é aplicar de 5% a 10% do seu patrimônio nessa modalidade.
Uma maneira de diminuir os riscos é dividir os aportes em uma carteira de startups. Dessa forma, ampliam-se as chances de acerto. Outra maneira de minimizar problemas é aplicar dinheiro quando a startup já tiver um modelo de negócio validado no mercado.
Apesar de não ter que pagar taxas pelo investimento (como a de corretagem), o custo da opção pode ser alto. O novo negócio, conforme cresce, vai precisar de novos aportes. Para não diminuir sua participação na empresa, é necessário continuar investindo.
Além disso, é necessário tempo e dedicação para acompanhar os passos do negócio, e o retorno do investimento pode demorar a chegar. Portanto, a modalidade é indicada para objetivos de médio e longo prazo.
Como começar?
Para quem deseja se tornar um investidor-anjo, o primeiro passo deve ser buscar um grupo de investidores experientes, que possa dar orientações. A Associação Anjos do Brasil, por exemplo, oferece capacitação para quem quer saber mais sobre essa modalidade de investimentos.
Uma forma mais fácil de começar pode ser via plataformas online de equity crowdfunding. Em troca de filtrar bons negócios, pode haver a cobrança de uma taxa, ligada ao desempenho da startup. Ela é descontada na venda de participação nas empresas.
Agora você sabe o que é investidor-anjo e viu que é possível se tornar um com pouco patrimônio, e de forma simplificada e online. Quer continuar recebendo informações sobre o cenário para investimentos? Assine a nossa newsletter!
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