A crise de 2008 foi um dos momentos que mais balançou a economia global em quase um século. A situação foi tão crítica que o sistema bancário mundial chegou a ficar à beira de um colapso.
O que começou como um problema em relação ao mercado hipotecário subprime, posteriormente evoluiu para uma crise financeira em escala mundial. A recessão, inclusive, trouxe muitos questionamentos sobre a estabilidade e a transparência dos sistemas bancários globais.
Agora, mais de dez anos depois, muitos se questionam se o mercado financeiro pode passar novamente por uma crise como a de 2008. Seria possível evitar que esse tipo de situação se repita?
Neste artigo, confira quais foram as causas da crise de 2008 e suas consequências no Brasil e no mundo. Veja também quais lições podemos tirar daquele momento histórico. Continue a leitura!
O que foi a crise de 2008?
A crise financeira de 2008 é considerada o maior desastre econômico desde a Grande Depressão de 1929. Apesar dos esforços do Federal Reserve e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para evitá-la, aquela crise devastou a economia mundial.
O resultado foi a chamada Grande Recessão, que levou à queda dos preços das moradias e a aumentos acentuados nos índices de desemprego.
A crise explodiu no dia 15 de setembro de 2008, quando o Lehman Brothers, um dos bancos de investimentos mais tradicionais dos EUA, declarou falência. No mesmo dia, a bolsa de valores despencou.
Na sequência, muitos outros bancos começaram a anunciar perdas bilionárias, que só aumentaram a instabilidade no mercado. A maioria dos países criou planos de socorro às suas economias, a fim de injetar bilhões nos bancos e tentar minimizar os impactos da crise.
Oficialmente, a recessão terminou em 2009, mas suas consequências ainda repercutiram por muitos anos para diversos países e grande parcela da população.
O que causou aquela crise?
A crise de 2008 foi causada por uma combinação de vários fatores complexos. Há muito tempo as instituições financeiras estavam concedendo empréstimos de alto risco, principalmente hipotecas, que resultaram em um resgate maciço dos contribuintes.
De forma geral, é consenso dizer que o mercado imobiliário americano iniciou uma grande reação em cadeia que afetou todo o sistema financeiro. O gatilho foi uma combinação de atividades especulativas, concentrando-se em transações imobiliárias, especialmente nos EUA e na Europa, e na disponibilidade de crédito barato.
Havia empréstimos em grande escala para financiar o que parecia um aumento dos preços dos imóveis. Mas o boom tornou-se insustentável porque, por volta de 2005, a diferença entre renda e dívida começou a aumentar. Isso foi causado pelo aumento dos preços da energia nos mercados globais, levando também ao aumento na taxa de inflação.
Esse desenvolvimento apertou os tomadores de empréstimos, muitos dos quais lutaram para pagar as hipotecas. Os preços dos imóveis começaram a cair, levando a um colapso nos valores dos ativos mantidos por muitas instituições financeiras.
Os setores bancários dos EUA e do Reino Unido chegaram muito perto do declínio e tiveram que ser resgatados pela intervenção do Estado. Logo, o estopim da crise de 2008 veio com a falência do banco Lehman Brothers, que teve um efeito paralisante nas economias norte-americana e europeia.
Quais foram as consequências?
A recessão terminou oficialmente em 2009, mas muitos países continuaram sofrendo por um longo tempo, principalmente os Estados Unidos. Para entender a gravidade da crise de 2008, dois anos após o término da recessão, a taxa de desemprego no país ainda estava em 9%.
Também nos EUA, mais de 8 milhões de pessoas perderam o emprego e aproximadamente 2,5 milhões de empresas foram arrasadas. Naquele momento, a insegurança e a desigualdade social cresceram ainda mais.
A princípio, a crise fez os governos injetarem bilhões de dólares nos bancos afetados, o que evitou um colapso completo do sistema financeiro. No longo prazo, o impacto da crise foi enorme, levando a redução de salários, austeridade e profunda instabilidade política.
Como foi a crise de 2008 no Brasil?
Embora o Brasil estivesse num momento econômico estável em 2008, com bons índices nas contas públicas, uma crise financeira mundial afeta a todos. Assim como a maioria dos países, o governo brasileiro também adotou medidas para conter danos e prejuízos.
Entre as medidas adotadas, estava o incentivo ao consumo, o que incluiu a redução do IPI para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção, por exemplo.
Os efeitos mais diretos no Brasil foram vistos em 2009, com uma retração no PIB. Outras mudanças vistas por aqui foram a diminuição do crédito no mercado, a alta do dólar, o aumento da inflação e a elevação do risco-país.
Ainda assim, os impactos da crise no Brasil foram minimizados. O real passou por uma valorização, os juros foram reduzidos e o país passou por um crescimento econômico em seguida.
Quais foram os aprendizados pós-crise?
Passou-se mais de uma década desde a crise financeira, mas ainda existem preocupações. Os efeitos dessa recessão ainda estão vivos e a recuperação econômica global tem sido fraca em comparação com os padrões históricos.
Empréstimos de alto risco estão sendo oferecidos mais uma vez e, embora as taxas de inadimplência estejam baixas hoje, isso sempre pode mudar.
Os reguladores afirmam que o sistema financeiro global mudou desde 2008 e que as medidas de segurança foram aprimoradas. Por esse motivo, muitos acreditam que a economia global, na verdade, está mais forte hoje do que há uma década.
Apesar das mudanças, uma nova crise econômica mundial sempre pode acontecer. Além de problemas fundamentais, fatores inesperados como a atual pandemia de Covid-19, por exemplo, afetam e desestabilizam a economia dos países. Por isso ter uma reserva de emergênciaé tão importante, independentemente da situação.
A fragilidade do sistema bancário internacional foi um dos grandes ensinamentos da crise de 2008, assim como as decisões políticas dos governantes. Se você quiser entender ainda mais sobre o tema, existem diversos filmes sobre mercado financeiro que mostram em detalhes como foi o desenrolar da crise.
Agora que você já sabe quais foram os impactos da crise de 2008 no mundo, que tal aprender ainda mais sobre investimentos? Assine a nossa newsletter e receba conteúdos exclusivos!
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