Você provavelmente ouviu no noticiário que a Selic foi reduzida ao seu valor mínimo histórico, o patamar de 2% ao ano. Mas compreende o que isso significa para seus investimentos? Pois saiba que a Selic e outros indexadores econômicos têm grande impacto sobre os rendimentos das aplicações mais seguras. Por isso, precisam ser monitorados por quem investe.
A sopa de letrinhas é conhecida: além da Selic, temos o CDI, IPCA, IGP-M, entre outros. Mas você sabe de fato qual é a diferença entre eles, e, mais importante, como eles mudam suas decisões de onde aplicar o seu dinheiro?
Veja neste post o que são indexadores econômicos e como acompanhá-los.
O que são indexadores econômicos?
Indexadores econômicos são índices que servem como referência para o rendimento de um ativo, como títulos. Em geral, aplicações de renda fixa têm rendimentos atrelados a um indexador. Ou seja, vão acompanhar a variação dessa taxa no período.
Os indexadores foram criados como uma forma de acompanhar a atividade econômica e controlar as operações registradas no mercado. O intuito é corrigir eventuais variações, servindo como uma forma de proteção tanto para investidores como para o sistema financeiro.
Para que esse controle seja eficaz, o índice é criado com base em pesquisas e cálculos.
Quais são os 4 principais indexadores econômicos?
O mercado financeiroé composto por diversos tipos de aplicações.Não impressiona, portanto, que existam diversos indicadores para operações diferentes.
Conheça abaixo os 4 principais indexadores financeiros, que abrangem um amplo número de ativos e operações, e entenda suas diferenças.
1. Selic
A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira. É usada em operações de curtíssimo prazo entre bancos que tenham como garantia títulos públicos.
A Selic serve como referência direta para o Tesouro Selic. Quando a Selic sobe, o rendimento desse título, mais indicado para a reserva de emergência, também aumenta — e vice-versa. Por exemplo, se a taxa é de 2% ao ano, o Tesouro Selic vai pagar exatamente esse valor, sem descontar IR e taxa de custódia.
A Selic também influencia diretamente o rendimento da poupança, que pela regra atual é igual a 70% da taxa Selic vigente em determinado período.
A taxa básica de juros também tem impacto indireto em outros investimentos, pois serve de referência para o cálculo de outras taxas, como o CDI. Daí a grande importância de eventuais mudanças nesse indicador para quem investe.
A taxa Selic é revista a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), que pertence ao Banco Central. Ou seja, para monitorar o indicador, basta acessar o site do BC.
2. CDI
O Certificado de Depósitos Interbancários (CDI) é o mais conhecido indexador de investimentos de renda fixa. Basta abrir o site de qualquer corretora para verificar que um título rende 100% do CDI, 110% do CDI, e assim por diante.
O CDI controla os juros dos empréstimos feito entre bancos que não tenham como garantia títulos públicos. A variação da taxa costuma ser bastante semelhante à da Selic, geralmente 0,20 ponto porcentual a menos.
O índice é utilizado como referência para a maioria dos títulos privados, como CDBs, LCIs, LCAs, LCs, fundos DI, de renda fixa e debêntures.
O CDI pode ser monitorado pelo site da bolsa de valores, a B3.
3. IPCA
O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial da inflação no Brasil. Existem outros, como o INPC, mas a maior referência é o IPCA. O índice mede a variação de preços de uma cesta de produtos consumidos nas regiões metropolitanas do país.
A inflação tem impacto em todos os tipos de investimentos, afinal, todo valor investido deve render mais do que a inflação no período. Caso isso não aconteça, significa que a aplicação gerou prejuízo, já que o investimento reduziu o seu poder de compra.
O IPCA tem impacto direto sobre títulos públicos indexados a ele, o Tesouro IPCA, que rende a taxa do IPCA no período mais um valor prefixado. Nesses títulos, o indexador serve como uma proteção do poder de compra diante de possíveis altas de preços, especialmente em prazos mais longos. Outros títulos, como CDBs, CRIs e debêntures também podem ser indexados ao IPCA.
A taxa é divulgada mensalmente pelo IBGE. Basta acessar o site e acompanhar.
4. IGP-M
O índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é outra forma de medir a variação de preços de produtos e serviços.
Menos comum do que o IPCA, pode servir como indexador para LCs, entre outros títulos, além de fundos imobiliários. Como serve para reajustar contratos de locação nestes fundos, quanto maior o seu valor, mais valorizada será a cota do fundo.
O índice é calculado pela FGV e pode ser acompanhado no site da instituição de ensino.
Como os indexadores funcionam?
Os indexadores econômicos guiam o rendimento de aplicações de renda fixa pós-fixadas.
O fato de uma aplicação ser pós-fixada significa que sua rentabilidade vai mudar ao longo do tempo, conforme o indicador.
Os indicadores também têm impacto sobre aplicações híbridas, que pagam uma taxa fixa mais o desempenho de um índice. Contudo, esse impacto é menor do que o de aplicações pós-fixadas, que dependem totalmente do índice.
Já em investimentos prefixados a rentabilidade é definida no início da operação e não muda durante todo o tempo da aplicação. Por conta disso, sua rentabilidade costuma ser expressa em percentual ao ano. Nesses títulos, não há indexadores e quem investe pode saber quanto vai receber exatamente ao resgatar a aplicação.
Por que é importante acompanhá-los?
É importante saber a qual índice a aplicação está indexada e acompanhá-los de tempos em tempos para verificar o que mudou. Esse alerta vale principalmente se você está pensando em fazer o resgate antes do vencimento do título.
Isso porque, nesses casos, o rendimento dos títulos vão variar conforme a taxa paga no período. Ou seja, se ela for mais baixa do que a contratada, a pessoa terá prejuízo.
Agora você já aprendeu o básico sobre o que são os indexadores econômicos. Que tal checar como uma consultoria de investimentos pode ajudar a usar essas informações a seu favor na hora de investir? Comece respondendo a este questionário sobre a sua experiência com investimentos!
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