Nem mesmo investidores experientes têm certeza sobre como o mercado financeiro vai se comportar. A diferença é que eles utilizam uma estratégia para lidar com o sobe e desce do dia a dia: a diversificação de investimentos.
Se você já ouviu o ditado “Não coloque todos os ovos na mesma cesta“, já teve contato com um dos princípios dessa estratégia.
Porém, aqui vai um alerta: diversificar não significa sair investindo em qualquer tipo de aplicação, sem nenhum critério.
Pelo contrário: trata-se de uma técnica sofisticada, usada por grandes investidores como Warren Buffett.
Hoje em dia, graças à tecnologia, ela está disponível para qualquer pessoa, mesmo quem tem pouco dinheiro para investir.
A partir de agora, vamos entender um pouco mais sobre como funciona essa estratégia na prática. Neste post, você vai entender:
- quais são os principais passos para ter investimentos bem diversificados;
- quais são os erros mais comuns de quem não consegue executar essa estratégia.
Por isso, continue conosco e saiba como você pode usar essa técnica para turbinar os seus investimentos!
O que é diversificação de investimentos?
Todo investimento está sujeito a algum tipo de risco. Mesmo aplicações consideradas extremamente seguras podem sofrer perdas. Essas perdas podem ser causadas por flutuações no mercado, mudanças regulatórias ou até mesmo intervenção governamental — nunca é demais se lembrar do confisco da poupança ocorrido há quase 30 anos.
Por isso, um princípio básico do gerenciamento de riscos é não concentrar os recursos em um único investimento. Ao contrário, a prática ideal é distribuí-los em pelo menos alguns ativos distintos, preferencialmente sujeitos a riscos de naturezas diferentes. A essa estratégia de distribuição é que damos o nome de diversificação de investimentos.
Por que diversificar investimentos?
Vamos a um exemplo ilustrativo.
Imagine que você, ao se aposentar, decide aplicar seu patrimônio no mercado imobiliário, com o objetivo de viver da renda do aluguel. Após alguma pesquisa, você descobre que a rentabilidade dos imóveis comerciais costuma ser maior do que a dos residenciais. Por esse motivo, opta pela aquisição de uma grande sala em um edifício de escritórios. A sala é rapidamente alugada para uma empresa que trabalha com importação de vinhos.
Tudo anda bem até que o governo resolve aumentar o imposto sobre a importação de bebidas alcoólicas, levando sua locatária à falência. De um dia para o outro, sua única fonte de renda – o aluguel da sala – passa a ser uma fonte de despesas. Conclusão: como o aluguel está sujeito ao risco de inadimplência, não é uma boa ideia concentrar seu investimento em um único imóvel.
Então você transforma a grande sala original em quatro pequenos consultórios médicos, alugados posteriormente para profissionais diferentes. Seu fluxo de receita volta a ficar relativamente estável; mesmo quando algum dos médicos atrasa um pagamento, o impacto em sua renda total não é grande.
É quando entra em vigor uma nova legislação, que acaba com o benefício fiscal relativo aos gastos com saúde no Imposto de Renda de pessoas físicas. O número de consultas particulares é drasticamente reduzido, afetando a renda de todos os médicos ao mesmo tempo. O preço dos aluguéis de consultórios despenca. Então você percebe que, apesar de ter diversificado entre locatários, seus investimentos continuavam concentrados num setor.
O caso acima – totalmente fictício – envolve o mercado imobiliário. Mas, com apenas um pouco de criatividade, você pode relê-lo substituindo os imóveis por qualquer tipo de investimento. Você pode comprar uma carteira diversificada de ações, para depois observar todo o mercado acionário despencar conjuntamente devido a uma crise econômica. Ou pode aplicar em CDBs de várias instituições financeiras diferentes, pouco antes da explosão de uma crise bancária sistêmica.
Qual é a melhor maneira de diversificar investimentos?
Como os exemplos acima devem ter deixado claro, a diversificação de investimentos não se resume somente a “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. Não basta espalhar o patrimônio em vários ativos diferentes. É fundamental que as aplicações selecionadas reajam de forma distinta aos possíveis choques negativos. Ou seja, que sejam de classes diferentes (exemplo: renda fixa X renda variável). Em outras palavras, a rentabilidade dos ativos não deve ser correlacionada.
Sendo assim, para aplicar essa estratégia é necessário fazer uma análise criteriosa das opções de investimento disponíveis. Apresentamos a seguir algumas dicas para ajudar você a colocar isso em prática:
1. Identifique seus objetivos financeiros
O primeiro passo para qualquer avaliação financeira é definir qual o objetivo e o horizonte de tempo pretendido para o investimento. Esses fatores vão determinar as principais características dos ativos em que o valor será aplicado devem apresentar, com destaque para a volatilidade e a liquidez.
Metas com valores bem definidos e prazos mais curtos — como um curso no exterior ou a compra de um imóvel — tendem a sugerir certa concentração em categorias de investimentos com menor variabilidade, tais como as aplicações de renda fixa, aliada a uma maior diversificação de indexadores (como CDI e inflação, por exemplo). Já objetivos mais distantes permitem a diversificação também em outras classes de ativos, como ações e câmbio.
2. Prepare-se para diversos cenários econômicos
Definidos os objetivos e o prazo pretendido para a aplicação, o passo seguinte é pensar nos potenciais efeitos do ambiente macroeconômico sobre seus investimentos. Você deve se perguntar como o alcance de sua meta financeira seria impactado por um aumento na taxa de juros ou pela aceleração da inflação, e ainda se há influência de outros aspectos econômicos, como a taxa de câmbio.
Com base nessa análise, deve-se identificar as categorias de investimentos que teriam melhor rentabilidade no cenário mais provável, mas também buscar alternativas que funcionem como proteção do seu patrimônio, caso um cenário alternativo se materialize. Por exemplo, no caso do curso no exterior, é interessante considerar alguma aplicação indexada ao dólar, mesmo que a perspectiva futura seja de valorização do real.
3. Diversifique dentro das categorias de investimentos
Além da definição das categorias de aplicações mais adequadas aos objetivos estabelecidos, é necessário também observar a diversificação de investimentos dentro de cada uma dessas categorias. Assim, caso seja definida alguma alocação em renda variável, deve-se selecionar ações de empresas em setores de atuação diferentes, cujos negócios reajam de forma distinta aos diversos cenários econômicos possíveis.
Como um exemplo, pode-se compor uma carteira de ações com alguma empresa de varejo, que se beneficiará de um cenário de crescimento no consumo interno, juntamente de uma empresa exportadora, cujo desempenho depende mais do ambiente externo. Ainda, uma empresa voltada ao agronegócio pode ser um bom complemento a uma companhia industrial.
Já no caso dos investimentos em renda fixa, além de buscar a diversificação entre os vários indexadores disponíveis, o ideal é que também não haja concentração das aplicações em um número muito reduzido de emissores. Dessa forma, pode ser uma boa opção utilizar uma plataforma que ofereça diversas opções de títulos dessa categoria, como uma boa corretora de investimentos.
4. Busque opções que simplifiquem a diversificação
Por fim, vale destacar que existem algumas opções de aplicações que, devido à sua forma de estruturação, permitem diversificar os investimentos de forma mais simples. Isso facilita o trabalho do investidor e, muitas vezes, acaba também reduzindo seus custos operacionais.
Os fundos de investimentos são casos típicos de aplicações naturalmente diversificadas, já que normalmente suas carteiras detêm uma grande variedade de ativos. Outra opção interessante, mas um pouco menos conhecida, são os ETFs (“Exchange Traded Funds”). Também chamados de “fundos de índices”, eles buscam replicar o retorno de um determinado índice do mercado de ações, como o Ibovespa.
Uma excelente alternativa é a utilização de um serviço de robô advisor, que automatiza a recomendação de aplicações com o uso de algoritmos. Tudo isso já considerando a diversificação de investimentos mais adequada ao perfil do investidor.
Como vimos, apesar de não ser um processo tão simples, a diversificação de investimentos é fundamental para a adequada gestão de riscos. Ela é indispensável tanto para o investidor mais qualificado quanto para o pequeno poupador. Ao utilizar essa estratégia, torna-se possível incluir aplicações mais arriscadas na carteira de investimentos. Assim, aumentar sua rentabilidade média ao longo do tempo sem comprometer a segurança do patrimônio investido.
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