O mercado financeiro é muito mais do que apenas Tesouro Direto e ações. Para quem procura opções com rentabilidade mais alta na renda fixa, as letras financeiras podem ser uma opção.
Essa é uma alternativa mais voltada para quem pode aplicar um volume maior de recursos, porque a aplicação inicial mínima é de R$ 150 mil. Além disso, é preciso esperar pelo menos dois anos para resgatar o dinheiro. Em compensação, o rendimento costuma ser mais elevado do que em outros investimentos de renda fixa.
Neste artigo, vamos explicar melhor o que são e como funcionam as letras financeiras. Confira!
O que são letras financeiras?
Letras financeiras (LFs) são aplicações de renda fixa. Talvez você já conheça a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio). A primeira tem como objetivo captar recursos para o setor imobiliário e a segunda, para o agronegócio.
Já as letras financeiras são emitidas por bancos e instituições financeiras com a finalidade de captar recursos de longo prazo. Por isso, têm vencimento superior a dois anos, ou seja, você não pode resgatar o dinheiro aplicado antes desse prazo.
Assim como acontece com outras aplicações, como a Letra Imobiliária Garantida (LIG), as letras financeiras vêm se popularizando. Elas têm seguido a tendência de maior diversificação do mercado financeiro.
Quais são as principais características das letras financeiras?
A letra financeira tem algumas características em comum com outras aplicações mais conhecidas do mercado financeiro, mas também conta com algumas particularidades.
Finalidade
Como dissemos no começo, as instituições financeiras emitem as LFs com o objetivo de captar recursos de longo prazo para financiar suas próprias atividades.
Aporte inicial
O aporte inicial mínimo é de R$ 150 mil, o que marca outra diferença em relação às LCIs e LCAs. Por isso, é uma aplicação mais voltada para quem tem um volume mais alto de recursos para investir. Além disso, a pessoa deve ter condições de deixar o dinheiro aplicado por um período mais longo.
Esse valor pode subir para R$ 300 mil no caso das letras financeiras subordinadas. Elas têm uma cláusula que diz que, em caso de insolvência, o pagamento do rendimento está condicionado à quitação de outras dívidas da instituição.
Assim, podemos dizer que as letras financeiras subordinadas têm um nível de risco mais alto e, justamente por isso, costumam oferecer rentabilidade maior.
Vencimento
O prazo de vencimento é de dois anos para as letras financeiras sênior (não subordinadas) e de cinco anos para as subordinadas. Isso quer dizer que o dinheiro deve permanecer aplicado por todo esse período. Por isso, é uma aplicação indicada para quem não vai precisar dos recursos no curto prazo.
Rentabilidade
Assim como ocorre com diversas outras aplicações de renda fixa, as letras financeiras podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas. Para relembrar os conceitos, investimentos prefixados são aqueles em que, no momento da aplicação, sabe-se exatamente qual será o rendimento.
Os pós-fixados são aqueles cujo rendimento acompanha a variação de algum índice de referência, como a taxa Selic ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Este se refere à taxa de juros que os bancos praticam entre si em empréstimos de curtíssimo prazo, normalmente de um dia. Inclusive, ele acompanha de perto a Selic.
Por fim, os híbridos apresentam uma parcela prefixada e outra pós-fixada, por exemplo, IPCA+3%. Isso quer dizer que esse título vai pagar a variação da inflação (parcela pós) mais 3% (parcela pré).
Embora haja essas três possibilidades, a grande maioria das letras financeiras são pós-fixadas e oferecem como rentabilidade um percentual do CDI.
Risco
As letras financeiras têm risco de crédito, uma vez que existe a chance de a instituição quebrar e não pagar quem aplicou o dinheiro. No entanto, o nível desse risco depende da instituição financeira que emitiu a letra, assim como no caso dos CDBs.
Além disso, elas apresentam risco de liquidez, já que os recursos devem permanecer aplicados de dois a cinco anos. Por fim, vale mencionar que as LFs não contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), como acontece com as LCIs e LCAs.
Quais são as vantagens de investir em LFs?
As letras financeiras apresentam alguns diferenciais em relação a outros investimentos de renda fixa. Confira!
1. Rentabilidade
A principal vantagem da letra financeira é a possibilidade de se aproveitar rentabilidades mais elevadas no mercado de renda fixa. Isso é muito valioso em tempos de taxa Selic em patamares historicamente baixos.
O investimento é alto e o dinheiro fica preso por pelo menos dois anos. Por isso, ela costuma oferecer rendimentos superiores àqueles encontrados nas LCIs e nas LCAs.
2. Facilidade
Assim como as outras letras que mencionamos aqui, a aplicação é bem simples e está disponível em diversas corretoras de valores e bancos.
3. Diversificação
Em períodos de juros baixos, até mesmo pessoas com perfil mais conservador vão precisar diversificar. Assim, vão acabar colocando pelo menos uma parcela dos seus recursos em aplicações com maior risco. Se ficarem apenas nas opções de baixíssimo risco, existe uma grande chance de nem conseguirem repor a inflação, quanto mais rentabilizar a carteira.
As LFs têm risco de liquidez e de crédito, mas, ainda assim, trata-se de um risco moderado. Isso porque, ao comprar letras financeiras de instituições sólidas, o risco de crédito fica bastante reduzido.
4. IR reduzido
Como as LFs têm prazo superior a dois anos, a alíquota do Imposto de Renda vai ser sempre de 15%. É a menor entre os investimentos de renda fixa que sofrem a incidência do imposto.
Como investir em LFs?
As letras financeiras estão disponíveis em corretoras de valores e em bancos. Como sempre acontece quando falamos de investimentos, a dica aqui é pesquisar e comparar. Inclusive, não basta apenas confrontar as rentabilidades, é preciso levar em consideração os riscos. Assim, para que as opções sejam comparáveis, deve-se olhar o prazo da aplicação e os riscos.
Agora você já sabe como funcionam as letras financeiras e conhece as vantagens desse tipo de aplicação. Gostou do artigo? Aproveite a leitura e descubra nossas dicas para diversificar a sua carteira de investimentos!
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