Muitas pessoas passaram a ter dúvidas sobre se ainda vale a pena investir na renda fixa com os juros na mínima histórica. A resposta é sim, principalmente se você começou a conhecer o mundo dos investimentos e não quer arriscar muito. Isso porque a renda fixa é a maneira mais segura de aplicar o seu dinheiro.
Mas o universo da renda fixa vai muito além da poupança, do Tesouro Direto e dos CDBs. Existem diversas outras aplicações, como LCIs, LCAs, fundos, ETFs, debêntures, Letras Financeiras, CRIs e CRAs.
Essas opções podem ter risco semelhante ou ser mais arriscadas do que as aplicações mais conhecidas de renda fixa. É importante ressaltar que, quanto maior o risco, maior será a rentabilidade, mesmo dentro de uma modalidade considerada segura.
Está em dúvida sobre em qual tipo de aplicação investir? Acompanhe este post e veja as melhores opções!
O que são os investimentos em renda fixa?
Investimentos em renda fixa são aplicações em que, no momento da contratação, você pode prever qual será a regra de rentabilidade dos ativos.Em outras palavras, ao aplicar o seu dinheiro, é possível saber de quanto será o retorno ao final do prazo daquele título.
Esse retorno pode ser fixado em um percentual mensal ou seguir indicadores financeiros, como a taxa Selic, o CDI e o IPCA.
Os investimentos de renda fixa são de dois tipos: prefixados e pós-fixados. Em investimentos prefixados, quem investe consegue saber exatamente quanto terá de retorno no vencimento do título. Já nos pós-fixados, a variação vai depender do índice que o título acompanha.
Aplicações indexadas à Selic são mais previsíveis. Já as indexadas à inflação mantêm o poder de compra de quem aplica, mas são mais voláteis. Portanto, títulos atrelados à Selic são mais indicados no curto e no médio prazo. Os ligados à inflação, por sua vez, são mais indicados para objetivos de longo prazo.
Ao adquirir um título de renda fixa, você estará emprestando o seu dinheiro ao governo, a um banco ou a uma empresa. Em troca, receberá rendimentos provenientes de juros.
O dinheiro de quem investe geralmente é usado para pagar dívidas do emissor do título. Também pode financiar projetos específicos de uma empresa ou desenvolver um setor da economia.
Qual é a diferença entre renda fixa e renda variável?
A renda variável, diferentemente da renda fixa, oferece retornos instáveis. Ou seja, quem aplica não sabe qual é o retorno que receberá pela aplicação no futuro. Portanto, é uma categoria de investimentos mais arriscada.
Por outro lado, aplicações desse tipo costumam oferecer retornos maiores do que os proporcionados pela renda fixa. Geralmente, têm como referência indicadores da categoria, como o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores.
Alguns tipos de aplicações buscam acompanhar esses índices, enquanto outros buscam superá-los. São exemplos de investimentos de renda variável:
- ações;
- fundos imobiliários;
- ETFs de renda variável;
- fundos multimercado;
- fundos de ações.
Para quem a renda fixa é indicada?
A renda fixa é a melhor opção para quem deseja montar uma reserva de emergência. Se esse for o seu objetivo, a opção mais recomendada por especialistas é o Tesouro Selic ou títulos que tenham liquidez diária. Nesse caso, o dinheiro poderá ser resgatado a qualquer momento em caso de emergência, sem perda do valor investido.
Apesar de ser uma categoria considerada segura, isso não quer dizer que somente pessoas conservadoras e cautelosas devem buscar a renda fixa.
Por conta de seu escopo amplo de produtos, ela é uma classe de ativos recomendada para carteiras de investimentos de qualquer perfil de risco. Ou seja, é aconselhável ter parte dos recursos aplicados na modalidade como forma de diversificar e minimizar riscos.
As opções começam com CDBs de liquidez diária, indicados para perfis mais conservadores. Já os fundos de crédito privado e as debêntures são mais recomendados para compor carteiras de investimento com perfil de moderado a arrojado.
Quais são as opções de investimentos em renda fixa e como compará-las?
De forma geral, os principais investimentos em renda fixa são:
Observe que não incluímos a poupança entre as opções, já que hoje ela é considerada o pior investimento de renda fixa. Inclusive, seu rendimento pode até perder para a inflação.
Para comparar os títulos, é preciso avaliar a rentabilidade, a liquidez e o risco. Outro aspecto que não pode ser ignorado é o prazo da aplicação. Trata-se do período em que o dinheiro ficará aplicado, que começa na hora do investimento e vai até o dia do resgate.
Para definir qual é o melhor prazo para você, é preciso ter em mente a finalidade do investimento. Afinal, nossos objetivos podem ser de curto, médio ou longo prazo.
Quais são os melhores investimentos de renda fixa?
Em cada tipo de aplicação de renda fixa é possível optar por títulos mais ou menos rentáveis. Os prazos também são variáveis (mais curtos ou longos), assim como os emissores (banco de médio porte, banco de maior porte, empresas, etc).
Geralmente, quanto maior é o retorno oferecido pelo título, maior será o prazo da aplicação, menor a liquidez e maior o risco. Alguns títulos têm prazo de carência, não permitindo resgate antecipado do dinheiro, sob o risco de você pagar multas ou perder parte dos rendimentos.
Entre os custos dos títulos estão o IOF, o Imposto de Renda e a taxa de custódia. Quanto maior for o tempo de aplicação, menor será a alíquota do IR cobrada no resgate. Inclusive, alguns títulos são isentos desse imposto.
Já o IOF só é cobrado se o dinheiro for resgatado nos primeiros 30 dias da aplicação. Por fim, a taxa de custódia é cobrada apenas no Tesouro Direto.
Conheça, a seguir, as principais opções de investimento em renda fixa.
1. Tesouro Direto
O Tesouro Direto é uma das primeiras opções de quem não quer correr riscos. Os papéis negociados são emitidos pelo Tesouro Nacional para que o país possa pagar suas dívidas.
Entre os títulos públicos negociados na plataforma, destaca-se o Tesouro IPCA+, que rende mais do que a inflação. Assim, você não corre o risco de perder poder de compra. Afinal, seu dinheiro mantém o valor mesmo que os preços de produtos e serviços aumentem.
Os títulos do Tesouro Direto não têm a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas são garantidos pelo Tesouro Nacional. Aliás, o governo é considerado o emissor mais seguro de uma economia.
2. CDB
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) também é indicado para os perfis mais conservadores porque não oferece grandes riscos.
Nessa opção, você estará emprestando dinheiro para os bancos, de forma que eles tenham recursos para financiar os serviços oferecidos a clientes.
Tais títulos têm a garantia do FGC para valores de até R$ 250 mil por instituição financeira e CPF. Assim, o aplicador tem o dinheiro de volta caso o banco ou a corretora tenha problemas graves de administração.
3. LCI e LCA
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ou do Agronegócio (LCAs) captam recursos para instituições financeiras que atuam no setor de imóveis e na agricultura.
Por ser um investimento que gera resultados para dois segmentos importantes da economia do país, os títulos são isentos de Imposto de Renda.Portanto, quem investe recebe o valor líquido dos rendimentos.
Além do benefício tributário, as LCIs e as LCAs são garantidas pelo FGC,assim como os CDBs.
4. Fundo DI
Os fundos DI são fundos de investimento nos quais é possível prever a remuneração, que segue a taxa Selic. Geralmente, a liquidez da aplicação é diária, de modo que você pode resgatar o dinheiro aplicado a qualquer momento. Por não oferecer grandes riscos, os fundos DI são uma opção para uma carteira de investimentos conservadora.
Contudo, é preciso ficar atento ao Imposto de Renda, cuja alíquota diminui conforme o tempo de aplicação aumenta. Assim, quem opta por resgatar o dinheiro em pouco tempo paga uma alíquota maior do imposto. Essa característica pode fazer com que a aplicação não compense para objetivos de curto prazo.
Também, é importante lembrar que os fundos de investimento não têm a garantia do FGC.
5. ETF de renda fixa
O ETF de renda fixa é um fundo que segue um indicador, ou seja, tem uma gestão passiva. Além disso, suas cotas são negociadas diretamente na bolsa de valores.
Esse tipo de investimento tem uma alíquota de 15% de Imposto de Renda, independente do prazo da aplicação. A tributação é feita na fonte, ou seja, ocorre automaticamente na hora do saque.
Existem seis opções de ETF de renda fixa no mercado:
- IMAB11 – ETF estruturado pelo Itaú e patrocinado pelo Tesouro Nacional. Sua carteira é composta por títulos públicos atrelados à inflação, e a taxa de administração é de 0,25% ao ano;
- FIXA11 – ETF da gestora coreana Mirae Asset. Replica a curva de juros de três anos, um indicador que ajuda a prever o comportamento da Selic. A taxa de administração é de 0,30% ao ano;
- IMBB11 e B5MB11 – ETFs do Bradesco, seguem o índice IMA-B e IMA-B5, respectivamente. Ambos acompanham a evolução de preços dos títulos públicos indexados à inflação. A diferença é que o IMA-B5 acompanha títulos com prazo de até cinco anos. Ambos cobram taxa de administração de 0,20% ao ano;
- IB5M11 – estruturado pelo Itaú, segue o índice IMA-B5+, que monitora títulos indexados à inflação com prazo igual ou maior do que cinco anos. Tem taxa de administração de 0,25% ao ano;
- IRFM11 – ETF do Itaú que tem como referência o índice calculado pela Anbima, que acompanha os títulos públicos prefixados. Cobra taxa de administração de 0,20% ao ano.
O dinheiro aplicado em ETFs não é garantido pelo FGC.
6. Debêntures
Para quem não tem medo de arriscar um pouco e deseja montar uma carteira de investimentos diversificada, as debêntures podem ser uma boa opção. Elas funcionam como uma compra de dívida de empresas privadas, que devolvem o dinheiro acrescido de juros.
O risco é o de a companhia não cumprir com o pagamento da aplicação, e isso pode acontecer por diferentes motivos, inclusive falência. Dessa forma, é preciso escolher muito bem a empresa em que você pretende aplicar o seu dinheiro.
Além disso, para não ter descontos de Imposto de Renda e de IOF, o indicado é buscar empresas que atuam no setor de infraestrutura. Afinal, elas podem emitir as debêntures incentivadas, que são isentas de tais impostos.
Uma forma de diversificar e minimizar riscos é investir em um fundo de crédito privado, que aplique sua carteira em debêntures de diversas companhias.
7. Letras de câmbio
São semelhantes aos CDBs, mas os títulos são emitidos por financeiras, geralmente menores do que os bancos emissores de CDBs.
Apesar de oferecerem mais risco do que os títulos emitidos pelos bancos, as Letras de Câmbio também são garantidas pelo FGC.
8. CRIs e CRAs
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) aplicam nos segmentos de imóveis e agrícola. Por isso, são semelhantes às LCIs e LCAs, mas são emitidos por securitizadoras.
O investimento não tem a garantia do FGC, de modo que é necessário prestar atenção na nota de crédito da instituição que emite o título. É uma forma de evitar aplicar dinheiro em instituições com problemas financeiros. Caso isso aconteça, a quantia aplicada pode não ser devolvida a quem investe.
Como escolher o melhor investimento de renda fixa para você?
Para encontrar o melhor investimento de renda fixa, é preciso entender a situação atual da economia do país. Isso porque o cenário macroeconômico influencia diretamente a rentabilidade e os resultados das aplicações.
Além disso, sempre tenha em mente seus objetivos para encontrar aplicações que atendam às suas necessidades e condições financeiras.
Como começar a investir em renda fixa?
Para aplicar em um título de renda fixa, você precisa abrir conta em uma corretora. O processo é todo on-line, bastando informar seus dados pessoais e enviar fotos de documentos, como RG, CPF e comprovante de residência. Após a aprovação do cadastro, basta criar login e senha, buscar o tipo de investimento e começar a aplicar!
Para enviar dinheiro para a corretora, é preciso fazer uma TED de sua conta bancária para a nova conta. Na data de vencimento do título, seu dinheiro, acrescido dos rendimentos, será resgatado automaticamente.
Agora que você já sabe decidir qual é a melhor aplicação em renda fixa no seu caso, que tal conhecer outras modalidades de investimento? Baixe o nosso Guia Completo sobre os Tipos de Investimentos e tire suas dúvidas!
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