Essa semana o Bitcoin atingiu nova máxima histórica na cotação em Reais, quando ultrapassou a marca dos R$ 70.000, 34 meses após o pico no final de 2017.
Nada disto ocorreu do dia pra noite, ou sem ter enfrentado longos e acentuados períodos de queda. Criptomoedas são ativos com alta volatilidade, ou seja, grande variação de preços.
No entanto, para investidores de longo prazo, o Bitcoin é um ativo com excelentes perspectivas, por conta de sua escassez, além do histórico de mais de 10 anos ininterruptos.
Embora não tenha superado os tão sonhados US$ 20 mil, a moeda brasileira se desvalorizou, ajudando a impulsionar a cotação em Reais. Mas afinal, isto é sorte ou parte da ideia por trás da criptomoeda?
Para responder a esta questão, é necessário analisar os pilares do Bitcoin, que tornam esta moeda tão valorizada:
- Previsibilidade: é possível calcular o estoque circulante a qualquer momento, sabendo que o limite máximo é de 21 milhões;
- Escassez: a taxa de novos Bitcoins emitidos cai a cada 4 anos, no processo conhecido como halving;
- Independência: nenhum grupo tem controle para decidir alterações nas regras, ou mesmo para bloquear endereços ou transações;
- Fungível: além de poder ser fracionado em quantidades mínimas, abaixo de 1 centavo de Real, pode ser enviado em 20 minutos para qualquer parte do mundo, sem perda de valor;
- Flexível: por ser um software, recebe melhorias (upgrades), além de ser simples corrigir eventuais falhas.
Quando comparamos ao Dólar ou Euro, moedas estabelecidas, podemos perceber que a escassez talvez não seja a maior questão. Ao menos nos últimos 10 anos, a injeção de capital nessas regiões era previsível, abaixo de 4% ao ano.
No entanto, isto mudou após a reação dos Bancos Centrais à pandemia. Os governos agora buscam inflação, ou seja, injetam estímulos na economia a qualquer custo. Isto torna o Bitcoin desejado, justamente para se proteger da desvalorização do Dólar e Euro.
E quanto ao Brasil, qual o motivo da alta?
Quando pensamos em países com moedas mais fracas, como Brasil, Argentina, Líbano e Turquia, a situação é diferente, pois é quase imprevisível o tamanho de seus déficits.
A forma mais simples de um governo resolver um desequilíbrio fiscal, ou seja, quando gasta mais do que arrecada, é colocar mais dinheiro em circulação. Isto pode ocorrer de várias formas. É possível permitir que bancos emprestem mais dinheiro, ou recomprar títulos da dívida.
Quando isto acontece, a paridade contra moedas mais fortes é ajustada, desvalorizando a moeda local. Nesse sentido, o Brasil foi o país com a pior performance nos últimos 12 meses.
Por mais que os brasileiros sigam aportando recursos em ativos dolarizados, como ações de empresas estrangeiras, ouro, ou títulos de dívida em moeda forte, o Bitcoin se valoriza na moeda local. Ou seja, para o cidadão desses países com moeda fraca, a criptomoeda atua como um salvaguardas.
A alta deve continuar?
Primeiramente, devemos lembrar que é normal alguns meses de lateralização após fortes altas. Afinal, o rally foi de 40% em Dólar em pouco mais de três meses.
De qualquer modo, quando analisamos a capitalização total de mercado do Bitcoin, de atuais US$ 240 bilhões, percebemos seu potencial. O ouro, por exemplo, possui um valor de mercado total de US$ 10 trilhões.
Os recentes anúncios de três empresas listadas em bolsa de valores adicionando Bitcoin em seus balanços definitivamente mudou o cenário para positivo. Estão incluídas nesta lista MicroStrategy, Square, e mais recentemente, Stone Ridge.
Isso sem contar os US$ 7 bilhões administrados pela gestora norte-americana Grayscale em nome de clientes institucionais. Para completar o cenário benigno, tivemos a gigante de pagamentos Paypal anunciando a entrada na intermediação de criptomoedas.
Se depender do fluxo de notícias, e do descontrole dos Bancos Centrais na administração da crise, o Bitcoin ainda tem muito espaço para subir.
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