Quando começamos a ler mais e a nos informar sobre o universo das criptomoedas, é normal nos depararmos com alguns termos diferentes, como Baleia Bitcoin. Você já ouviu essa expressão?
Geralmente, as “baleias” são os donos de grandes quantidades de Bitcoin.
A metáfora do oceano ainda pode ser expandida para todo o mercado de criptomoedas, com os peixes grandes, os pequenos, os tubarões e as ondas, que são os movimentos e oscilações do mercado. Quer entender melhor sobre o tema? Siga a leitura!
O que é Baleia Bitcoin e quem são essas pessoas?
Como explicamos, chamamos de baleia Bitcoin todos aqueles que detêm grandes quantidades de Bitcoin. Geralmente os grandes investidores aos quais o termo se refere são instituições ou fundos, como Hedge Funds e Bitcoin Investment Funds.
Hedge Funds e Bitcoin Investment Funds gerenciam centenas de milhares de Bitcoins, estrategicamente injetados no mercado por meio das exchanges.
Outros fundos considerados baleias são: Bitcoin Reserve, Coin Capital Partners, Pantera Capital, Falcon Global Capital, Bitcoin Investment Trust, Fortress e o Global Advisors Bitcoin Investment Fund.
As exchanges também podem ser consideradas como importantes baleias do Bitcoin, uma vez que 6,7% da circulação atual da criptomoeda (quase 9,8 bilhões de dólares) são mantidos em carteiras de exchanges.
Outras baleias bitcoin muito conhecidas são:
- Satoshi Nakamoto, o criador anônimo do Bitcoin, com um milhão de Bitcoins, ou seja, 4,76% do total dos 21 milhões;
- Os gêmeos Winklevoss, proprietários da exchange Gemini e que, em 2013, detinham 1% de todo o suprimento circulante de Bitcoin;
- Barry Silbert, CEO e fundador do Digital Currency Group, considerado o “rei das criptomoedas”. A sua empresa, além de construir e apoiar negócios relacionados ao Bitcoin e blockchain, ainda detém ativos importantes, como o canal de notícias Coindesk e mais de 100 empresas relacionadas ao Bitcoin. Em 2018, de acordo com a Forbes, o patrimônio líquido de criptomoedas de Silbert era entre 400 a 500 milhões de dólares.
Além desses, o governo dos Estados Unidos também pode ser considerado uma baleia Bitcoin, afinal os EUA possuem milhares de Bitcoins que foram apreendidos por causa do envolvimento em atividades criminosas.
De vez em quando, o governo americano realiza leilões públicos, vendendo uma parte desses Bitcoins.
Qual a influência das baleias no preço do Bitcoin?
As baleias têm um poder de influência muito grande dentro da dinâmica do Bitcoin. Para se ter uma ideia, em junho deste ano, uma das maiores baleias do mercado moveu 101.857 Bitcoins para endereços desconhecidos.
Mas o que isso significa? Que, com tantos Bitcoins, essas baleias têm um poder enorme: o de manipular a volatilidade da moeda ao seu favor.
Ou seja, dependendo da oferta e da procura, eles podem manipular parte dos seus Bitcoins e se beneficiar em cima disso.
Assim, essas movimentações se tornam cruciais para valorizar a criptomoeda – e como as baleias possuem uma enorme fortuna, elas não precisam vender grande parte, apenas uma pequena quantidade para já influenciarem o mercado.
Como esse é um grupo pequeno, eles têm um poder ainda maior de manipulação. Afinal, há mais facilidade para coordenar essas movimentações fazendo com que seus lucros aumentem em cima de outros investidores.
Negociação de Bitcoins pelas baleias
No começo, as baleias negociavam Bitcoins nas maiores e mais líquidas corretoras (e ainda existem algumas que fazem dessa forma).
Mas, conforme o mercado foi amadurecendo, começaram a surgir diferentes corretoras de balcão (OTC) que fornecem serviços voltados justamente aos grandes investidores.
Assim, as baleias passaram a negociar seus criptoativos em mercados de balcão, preservando o anonimato e conseguindo acessar ainda mais liquidez do que a fornecida pelas exchanges tradicionais.
Táticas usadas pelas baleias
Existem muitas táticas que as baleias usam para conseguir manipular o mercado a seu favor. Vamos ver algumas:
Ciclo de enxaguamento e repetição
Essa é uma tática usada em diferentes mercados – e que também funciona para os criptoativos. Basicamente, a baleia começa a vender seus Bitcoins abaixo da taxa de mercado – causando pânico nos investidores menores.
O truque é vender por um valor logo abaixo do que está sendo negociado no mercado e apenas uma quantidade suficiente para causar pânico nos investidores menores.
Então, a baleia observa o preço do Bitcoin, até que ele baixe o suficiente para começar a lucrar. Com o mercado em pânico, a baleia compra ainda mais Bitcoins do que possuía antes, só que por um preço mais atrativo. Esse ciclo passa a ser repetido com certa frequência.
Barreiras (ou paredes) de compra e venda
Funciona assim: a baleia coloca uma enorme ordem de compra na exchange e absorve todas as ordens de venda existentes, de forma a impedir a subida de preço até que o sentimento geral mude e o próprio preço se altere. Isso é chamado de barreira ou parede.
O custo é mínimo porque as ordens de venda que vão contra a sua parede são poucas e teriam sido executadas antes que o preço mudasse de direção.
Vamos exemplificar: uma baleia cria uma enorme ordem de compra de Bitcoin por um valor X.
Como há um aumento súbito da procura, os investidores sobem ainda mais suas ordens de compra, aumentando o preço para 2X. A baleia, então, cancela sua ordem de compra e vende os seus Bitcoins por 2X – lucrando com isso.
O contrário também pode acontecer, quando a baleia cria uma parede de vendas para jogar o preço para baixo e comprar Bitcoins mais baratos.
Porém, nem sempre essas barreiras são criadas por baleias, às vezes apenas estão refletindo as tendências do mercado.
O caso da Baleia Urso
Os ursos no mercado de Bitcoin são aqueles investidores que acreditam que determinado ativo perderá seu valor e por isso são os vendedores do momento.
Um caso interessante ocorreu em 2014, quando uma enorme baleia Bitcoin liquidou 30 mil bitcoins por 300 dólares cada um.
Muitos investidores e especuladores pensaram que essa ação iria destruir o mercado na época. Porém, ao invés disso, o pedido foi rasgado pelos compradores e o preço do Bitcoin, na época, subiu para 375 dólares.
O evento ficou marcado na história do Bitcoin e o comerciante passou a ser conhecido como “baleia urso”. Na época, o pedido de 30 mil BTC foi gravado em vídeo e muitos memes surgiram retratando a matança épica de uma baleia Bitcoin.
De uma forma geral, quando ocorrem efeitos inexplicáveis no mercado, normalmente eles acabam sendo relacionados às baleias e suas ações. Por isso, é importante entender como essa dinâmica funciona e as táticas usadas.
A partir de quantos Bitcoins pode ser considerado uma baleia?
Essa é uma pergunta bastante comum nos fóruns de Bitcoins. Não existe nenhuma indicação de quantos Bitcoins uma pessoa ou fundo precisa possuir para ser considerado uma baleia.
Vários tópicos no Bitcointalk.org, o principal fórum de Bitcoin da internet, colocam um valor entre 1 mil a 10 mil Bitcoins.
De qualquer forma, à medida que os mercados de Bitcoin se tornam mais fortes e ganham mais liquidez, os especuladores acreditam que serão necessárias baleias ainda maiores para conseguir mudanças no mercado.
Por que entender as baleias de Bitcoin é importante?
Como você viu, a Baleia Bitcoin detém um grande poder de manipulação do mercado e, com suas ações, consegue fazer com que o preço da criptomoeda suba ou desça, atendendo às suas necessidades e exigências.
Isso só ocorre porque não existe nenhuma regulamentação sobre o mercado das criptomoedas, por exemplo estipulando um nível máximo de Bitcoins que determinado investidor pode ter.
A solução para resolver essa questão, poderia ser uma regulamentação mais rigorosa, impedindo que uma grande parte do mercado possa ser manipulado por um pequeno grupo de pessoas.
Porém, isso também contraria o ideal do Bitcoin, que preza pela liberdade e pela ausência de controles e regulamentações.
Neste conteúdo, você aprendeu que o termo Baleia Bitcoin se refere a grandes investidores, exchanges ou fundos de investidores que contam com uma quantidade alta de Bitcoins.
Justamente por isso, eles detêm um poder importante, direcionando o preço da criptomoeda de acordo com seus interesses.
Além do Bitcoin, é possível existir baleias com outras altcoins. A maioria das baleias surgiram quando o Bitcoin ainda tinha preços menores – e por isso novas baleias surgem com os altcoins menos valorizados.
O importante é não entrar em pânico quando movimentos bruscos ocorrerem no mercado, entendendo que o fato pode estar sendo causado por alguma baleia.
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O post Baleia Bitcoin: entenda este conceito e como ele funciona apareceu primeiro em Blog da BitcoinTrade.