terça-feira, 31 de março de 2020

CDB pós-fixado: vale a pena investir?

O CDB pós-fixado é uma das principais opções para quem procura aplicações de renda fixa com baixo risco e rendimento superior ao da poupança. Vale lembrar que, com a taxa básica de juros a 4,5% ao ano, a rentabilidade da poupança deve ficar abaixo da inflação em 2020. 

CDB é uma sigla para Certificado de Depósito Bancário e trata-se de um título emitido por bancos. Quem aplica em um CDB está emprestando dinheiro para uma instituição financeira. Em troca, essa instituição vai pagar uma taxa de juros a quem investiu, que é justamente o rendimento da aplicação. 

Neste artigo, vamos focar no CDB pós-fixado, explicando como ele funciona. Veremos também a quais taxas ele pode ser atrelado e quais são as principais características dessa aplicação. Acompanhe!

O que é um CDB pós-fixado e como ele funciona? 

Como dissemos acima, os CDBs são títulos emitidos por bancos. São um investimento de renda fixa. Isto é, sua rentabilidade é conhecida no momento da aplicação. 

Assim como acontece com outros investimentos desse tipo, eles podem ser:

  • prefixados: a pessoa que investe sabe exatamente qual é a taxa de juros que ela vai receber no vencimento daquele título;
  • pós-fixados: aqueles cuja rentabilidade está atrelada a algum índice de mercado, como o CDI;
  • híbridos: com uma parte da rentabilidade prefixada e a outra pós-fixada. Embora seja possível, esse tipo de CDB é bastante raro no mercado. 

Os CDBs pós-fixados são uma boa alternativa para quem investe na poupança. Eles têm baixo risco e, muitas vezes, rendem mais. Isso porque o rendimento da poupança é equivalente a 70% da taxa Selic mais a TR (Taxa Referencial). Contudo, a TR está zerada há vários anos. Então, a rentabilidade da poupança, no fim, é de apenas 70% da taxa básica de juros do país. 

Com a Selic a 4,5% (dados de dezembro de 2019), o rendimento da poupança está em apenas 3,15% ao ano. Para termos uma ideia, o IPCA (índice oficial de inflação do país) acumulava, em novembro de 2019, alta de 3,27% em 12 meses. 

Portanto, com esse rendimento, a poupança não conseguiria nem cobrir a variação da inflação. Isso significa que, se deixar o dinheiro aplicado ali, no fim você perde poder de compra. 

O rendimento do CDB pós-fixado, por sua vez, acompanha a variação de algum índice de mercado. O mais comum é o CDI(Certificado de Depósito Interbancário). Trata-se da taxa de juros que os bancos praticam entre si em empréstimos de um dia, e que acompanha de perto a Selic. 

Enquanto escrevemos este texto, em 28 de dezembro de 2019, a taxa DI está em 4,40% ao ano. Imagine que você tenha aplicado em um CDB com rentabilidade de 115% do CDI. Isso daria um retorno de 5,06% ao ano. Já é bem melhor do que a poupança, não é mesmo? 

A quais taxas o CDB pós-fixado pode ser atrelado? 

Em geral, o CDB pós-fixado é atrelado ao CDI. Acontece de forma similar ao que ocorre com o Tesouro Direto, em que os títulos públicos pós-fixados acompanham a variação da Selic. 

Dessa forma, o objetivo é que a rentabilidade dele seja a mesma da taxa de juros que os bancos empregam entre si. Na prática, essa taxa é muito próxima da taxa básica de juros do país. 

Seu funcionamento é um pouco diferente, por exemplo, dos CDBs híbridos. Na parte pós-fixada, geralmente estes últimos estão atrelados a algum índice de inflação, como o IPCA ou o IGP-M. Por isso, são mais recomendados para quem quer proteger o dinheiro dos efeitos da inflação. 

Quais são as características desse investimento? 

Agora que você já sabe como funciona o CDB pós-fixado, vamos ver algumas características importantes dessa aplicação que você deve avaliar antes de investir. Confira!

Risco

De maneira geral, o risco dos CDBs é baixo. Ele está ligado à possibilidade de o emissor do título falir e não conseguir honrar seus compromissos. Isto é, trata-se de um risco de crédito

É por isso que os bancos de menor porte costumam pagar rendimentos maiores do que as grandes instituições financeiras. Um grande banco tem menos chances de quebrar do que um pequeno.

No entanto, existe um fator que limita bastante esse risco, que é o FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Trata-se de um mecanismo que serve para proteger quem aplica em determinados investimentos, como o CDB. Com ele, a pessoa que investiu recebe um reembolso de até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira em caso de quebra do banco. 

Liquidez

A liquidez dos CDBs varia bastante. Existem CDBs com liquidez diária, ou seja, nos quais é possível resgatar o dinheiro a qualquer momento. Existem também aqueles em que o investimento deve permanecer aplicado até o vencimento do título. E há ainda outros em que o dinheiro só é liberado para resgate depois de determinado tempo aplicado. 

Como isso varia caso a caso, é preciso conferir essa informação antes de fazer a aplicação. De forma geral, os CDBs que têm prazos mais longos costumam oferecer rentabilidades maiores. Isso acontece justamente para compensar o fato de não ser possível resgatar o dinheiro nesse período. 

Valor inicial de investimento

Esse também é um aspecto que varia caso a caso. Existem CDBs que exigem apenas R$ 100 de investimento inicial, mas isso é mais a exceção do que a regra. Nos grandes bancos, o valor inicial de investimento normalmente começa em R$ 500 ou R$ 1.000. 

Há ainda CDBs com investimentos iniciais maiores, como R$ 30 mil ou mais. Da mesma forma que ocorre com o prazo da aplicação, normalmente os que exigem valor inicial maior tendem a oferecer uma rentabilidade superior. Ainda assim, é sempre importante checar a informação antes de investir

Imposto de Renda

Assim como boa parte dos investimentos de renda fixa, o Imposto de Renda para CDBs segue uma tabela regressiva. Ou seja, quanto mais tempo o dinheiro permanece aplicado, menor a alíquota. Veja abaixo:

  • até 180 dias: alíquota de 22,5%;
  • até 360 dias: alíquota de 20%;
  • até 720 dias: alíquota de 17,5%;
  • acima de 720 dias: alíquota de 15%. 

Essa tabela vale para todos os tipos de CDB: prefixados, pós-fixados e híbridos. Vale destacar que o IR incide apenas sobre o rendimento, e não sobre o valor total da aplicação. Além disso, caso o dinheiro permaneça aplicado por menos de 30 dias, há ainda incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). 

Agora você já sabe como funciona o CDB pós-fixado e tem condições de comparar as diferentes ofertas. Assim, pode saber qual é mais vantajosa para o seu caso, considerando sempre seus objetivos e necessidades. Aproveite para aprofundar seus conhecimentos: entenda quais são os tipos de investimentos e escolha a aplicação financeira ideal!

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