A Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 3,12 bilhões no período entre outubro e dezembro do ano passado. O valor é 77,3% menor na comparação com os R$ 13,752 bilhões anotados no mesmo período de 2018. O forte recuo é influenciado pelos efeitos não recorrentes positivos anotados em 2018, como a reversão de impairment e contrato oneroso da Eletronuclear de R$ 7,2 bilhões anotada na ocasião.
Em 2019, o lucro líquido da estatal totalizou R$ 10,744 bilhões, 20% menor que os R$ 13,348 bilhões obtidos em 2018. Com o desempenho, a administração propôs o pagamento de dividendos de R$ 2,5 bilhões relativos ao exercício de 2019.
A companhia destacou que o resultado líquido do quarto trimestre de 2019 é composto pelo lucro líquido das operações continuadas, que somou R$ 4,872 bilhões e pelo prejuízo líquido de R$ 1,752 bilhão, referente às operações descontinuadas, ou seja, as operações de distribuição, com destaque para a privatização da Amazonas Energia, que deixou de ser consolidada pela companhia no ano passado.
O lucro recorrente do quarto trimestre foi de R$ 1,328 milhões, 55,24% menor em relação aos R$ 2,967 bilhões anotados um ano antes. Segundo a Eletrobras que a queda no resultado recorrente foi influenciada pelo ajuste a valor justo da indenizações relacionadas a ativos antigos e não amortizados que tiveram a concessão renovada, conhecido pelo jargão RBSE, que passou de uma receita líquida de R$ 1,143 bilhão entre outubro e dezembro de 2018 para uma despesa líquida de R$ 1,258 bilhão nos mesmos meses de 2019.
A estatal realizou a remensuração desses ativos “considerando a atualização da parcela remuneração “Ke” a partir de julho 2017 pelo WACC regulatório da transmissão e IPCA até a data de mensuração; a alteração da taxa de desconto próxima da NTN-B de 4,6% em dezembro de 2018 para uma taxa próxima da remuneração regulatória de 6,4%; e o início do recebimento da parcela remuneração “Ke” em junho de 2021 pelo prazo da Portaria 120, até junho de 2025″, explicou, salientando que a mudança de estimativa não tem efeito caixa, somente ajuste contábil de mensuração do ativo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) da Eletrobras ficou em R$ 3.204 bilhões no quarto trimestre, queda de 74% frente ao anotado um ano antes.
A Eletrobras destacou que o Ebtida recorrente registrou um aumento de 11%, atingindo R$ 3,248 bilhões, ante os R$ 2,935 bilhões no quarto trimestre de 2018. No ano, o Ebitda recorrente somou R$ 13,2 bilhões, alta de 5% em relação a 2018.
Já a receita operacional líquida aumentou 2,9% nos últimos três meses do ano passado, frente o exercício anterior, para R$ 7,339 bilhões. A receita operacional líquida recorrente subiu 7,5%, passando de R$ 6,872 bilhões para R$ 7,395 bilhões na comparação anual. No ano, a Receita Operacional Líquida totalizou R$ 27,726 bilhões em 2019, com destaque para a entrada em operação da termelétrica Mauá 3, da Amazonas GT, e para o recebimento de receita de Melhoria relativa às concessões de geração prorrogadas em 2013.
No desempenho da Eletrobras no ano passado, destaque ainda para a redução no indicador dívida líquida/Ebitda, que caiu de 2,1 vezes, em 2018, para 1,6 em 2019, em linha com o esforço da atual administração para elevar seus indicadores. O caixa consolidado encerrou o ano em R$ 10,8 bilhões.
Entre as medidas adotadas na busca de maior eficiência, a companhia reduziu em 24% no quadro de pessoal, por meio de planos de demissão consensual. Essa diminuição, juntamente com a redução de terceirizados em Furnas, representará uma economia anual estimada de mais de R$ 1 bilhão, destacou a empresa em nota à imprensa.
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