Os futuros de Nova York avançam na manhã de hoje e as bolsas europeias abriram em alta, com as expectativa de estímulos para reativar a economia mundial atingida pelo coronavírus. Mais cedo, o banco central da Coreia do Sul anunciou um pacote de US$ 80 bilhões para socorrer as pequenas e médias empresas; o Bundesbank, banco central alemão, deve detalhar o pacote de 800 bilhões de euros para auxiliar as empresas da Alemanha atingidas pelos efeitos econômicos do Covid-19.
Nos EUA, a expectativa é pela aprovação hoje no Senado do pacote de cerca de US$ 2 trilhões. No Brasil, o IBGE publica hoje a pesquisa de comércio de janeiro, com dados antes do efeito coronavírus, e outros indicadores devem sair pela manhã.
Com o maior ânimo dos mercados, o MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal ETF (fundos de gestão passiva que acompanham algum índice e são negociados em Bolsa) dos ADRs (na prática, as ações de empresas brasileiras negociadas nos Estados Unidos) brasileiros sobem cerca de 8% no pré-market da bolsa de Nova York. Confira os destaques:
1.Bolsas mundiais
Mantendo a volatilidade dos mercados das últimas semanas, a sessão desta terça-feira é de forte alta para os principais mercados mundiais.
As bolsas asiáticas fecharam os negócios desta terça com ganhos robustos, reagindo a medidas de estímulos de bancos centrais e de governos e na expectativa para a possível aprovação de um pacote fiscal no Congresso dos EUA.
Mas foi o Kospi que liderou os ganhos na Ásia, com ganhos de 8,60%, após o governo da Coreia do Sul decidir dobrar um pacote de resgate para empresas afetadas pelo coronavírus, para o equivalente a US$ 78,6 bilhões.
Antes disso, o Federal Reserve anunciou ontem uma série de medidas complementares, em nova tentativa de restabelecer a confiança dos investidores após cortar seus juros para quase zero nas últimas semanas, como parte de uma estratégia para mitigar os estragos causados pela pandemia. A principal iniciativa do Fed foi decidir comprar ativos em volumes ilimitados.
Já o governo dos EUA vem tentando aprovar no Senado americano estímulos fiscais de cerca de US$ 2 trilhões, apesar da resistência da ala democrata da casa. Nos últimos dias, a proposta foi rejeitada duas vezes, por supostamente favorecer demais as empresas. A esperança é que o governo Trump e o Partido Democrata eventualmente cheguem a um acordo para aprovar o pacote.
As bolsas europeias também registram forte alta, ensaiando uma recuperação após registrarem fortes perdas nas negociações de segunda, mesmo após anúncios de estímulos nos Estados Unidos e na Alemanha.
Veja o desempenho dos mercados, às 7h28 (horário de Brasília):
Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +5,09%
*Nasdaq Futuro (EUA), +5,37%
*Dow Jones Futuro (EUA), +5,03%
Europa
*Dax (Alemanha), +6,44%
*FTSE (Reino Unido), +4,40%
*CAC 40 (França), +5,04%
*FTSE MIB (Itália), +6,66%
Ásia
*Nikkei (Japão), +7,13% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +8,60% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), +4,46% (fechado)
*Xangai (China), +2,34% (fechado)
*Petróleo WTI, +5,65%, a US$ 24,68 o barril
*Petróleo Brent, +5,26%, a US$ 28,48 o barril
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 0,16%, cotados a 639.500 iuanes, equivalentes a US$ 90,36 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0771 (+0,58%)
*Bitcoin, US$ 6.806,23 +5,51%
2. Agenda de indicadores
O grande destaque fica para os dados de varejo de janeiro a serem revelados pelo IBGE, às 9h. As vendas devem ter tido alta de 2,5% em janeiro na base anual, segundo estimativa mediana em pesquisa
Bloomberg, quase a mesma da medição anterior (2,6%).
Nos EUA, às 10h45, atenção para o PMI Manufatura do Markit de março (preliminares) e, às 11h, para os dados de vendas de casas novas de fevereiro.
A Markit já divulgou hoje o índice composto (PMI) da Zona do Euro em março e os dados vieram muito negativos, com uma leitura de 31.4, muito abaixo dos 51.6 pontos de fevereiro e a pior desde 1998, quando a pesquisa começou a ser feita.
3. Política
Após várias críticas, o presidente Jair Bolsonaro recuou e o Diário Oficial da União publicou na noite de ontem a MP do trabalho sem o trecho que suspendia o pagamento de salário por quatro meses, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, a MP saiu mais cedo com um “erro de digitação” e o governo jamais cogitou suspender pagamentos de salários por causa da epidemia do coronavírus.
4. São Paulo em quarentena
Começa a valer nesta terça-feira o decreto do governador João Doria (PSDB) que determina o fechamento de todas as atividades comerciais não essenciais por um período de 15 dias. A medida tem validade até 7 de abril e afetará o cotidiano de 44 milhões de pessoas, ou 20% da população brasileira, que vivem nos 645 municípios do Estado de São Paulo. A medida é uma tentativa de conseguir deter a propagação da epidemia, que até à noite de ontem contaminou 1.891 pessoas e matou 34 no Brasil. Do total de casos brasileiros do coronavírus, São Paulo tem quase a metade, 745 casos, e 30 das 34 mortes.
5. Noticiário corporativo
Em destaque no radar corporativo, estão ainda os efeitos do coronavírus nas operações das empresas. A Weg reduziu temporariamente para 50% os funcionários presenciais em Santa Catarina. A Cia. Hering vai fechar todas lojas físicas por tempo indeterminado, enquanto a Ambev retirou a projeção do Ebitda no primeiro trimestre de 2020 e outras expectativas de 2020. Já a Mahle Metal Leve decidiu adotar férias coletivas ou seletivas em todas as fábricas no Brasil. A CVC reduziu a jornada e o salário de diretoria em 50% a partir de abril.
A construtora e incorporadora Moura Dubeux Engenharia, umas das maiores do Nordeste, publicou ontem uma prévia dos resultados do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro. A empresa obteve uma expansão de 1,2% no Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos, para R$ 282 milhões, com dois empreendimentos em Salvador (BA) e dois no Recife (PE).
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