SÃO PAULO – Enquanto o noticiário político segue movimentado e os investidores ficam na expectativa pela aprovação do pacote de US$ 2 trilhões nos EUA para combater os efeitos do coronavírus, o noticiário corporativo tem como destaque a Usiminas, que vai receber R$ 393,9 milhões em acordo com fundo de pensão, além de notícias sobre Petrobras e MRV. Confira os destaques:
Usiminas (USIM5)
A Usiminas vai receber R$ 393,9 milhões em acordo com fundo de pensão, que foi homologado pelo juiz da 3ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte para permitir a extinção do processo judicial ajuizado em 27 de junho pela companhia, segundo comunicado.
O valor será pago em parcela única, em até 30 dias, contados a partir da data de homologação do acordo para pagamento. O objetivo do processo era eximir a Usiminas de continuar a promover o pagamento das parcelas mensais do programa de amortização do déficit do Plano de Previdência Complementar.
O Banco Morgan Stanley avaliou que a siderúrgica Usiminas teve uma “surpresa positiva” com a vitória no judiciário mineiro em uma ação movida contra seu antigo fundo de pensão. O banco avalia que a soma será um reforço de caixa para a Usiminas, embora ressalte que a empresa encerrou 2019 com um balanço sólido, quase sem amortizações da dívida entre 2020 e 2022.
O Itaú BBA também avaliou positivamente a vitória da Usiminas no judiciário e o recebimento inesperado dos R$ 394 milhões. “Embora a Usiminas esteja com uma posição confortável de caixa, um dinheiro extra sempre é bem-vindo em tempos de incerteza”, comentou o BBA. O banco avalia que o dinheiro a ser pago em 30 dias deverá representar 20% do caixa da empresa.
Natura (NTCO3)
A Natura suspenderá temporariamente a produção de maquiagens e perfumes em sete fábricas das controladas Avon e Natura na América Latina a partir de hoje, segundo o Valor, citando uma fonte. As unidades vão se dedicar, gradativamente, à fabricação de itens essenciais para higiene pessoal, como álcool em gel e líquido, segundo a reportagem.
Empresas de energia
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou uma série de medidas por causa da disseminação do coronavírus, entre elas a vedação da suspensão do fornecimento por inadimplência de unidades consumidoras residenciais urbanas e rurais, além de serviços e atividades consideradas essenciais, como unidades hospitalares. A medida valerá por 90 dias.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras fechou um acordo de R$ 350 milhões para a compra e venda de asfalto com sua coligada Stratura, subsidiária da BR Distribuidora com fábrica em Paulínia (SP). O acordo tem a validade de seis meses e prevê o fornecimento de 175 mil toneladas de Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) e Asfalto Diluído de Petróleo (ADP).
Sul América (SULA11)
A seguradora Sul América comunicou na noite de ontem que adiou a realização da sua Assembleia Geral Ordinária por causa da epidemia do coronavírus. O evento deveria acontecer amanhã, de 26 de março, no Rio de Janeiro, mas foi reagendado para 24 de abril.
MRV (MRVE3)
A construtora e incorporadora MRV, de Belo Horizonte (MG), aprovou um plano de recompra de 15 milhões de ações que possui no mercado. A empresa informou que a recompra ocorrerá na B3 e serão pagos preços de mercado pelos papéis. Segundo a MRV, o prazo do programa de recompra valerá até setembro de 2021. Os intermediários nas operações de recompra serão os bancos Itaú, Bradesco, Credit Suisse, Santander e BTG Pactual. A MRV informou que possui reservas de capital de R$ 49,5 milhões e outros R$ 475,5 milhões na reserva de lucros, caso seja necessário, para efetuar a operação.
Eucatex (EUCA4)
A Eucatex pretende realizar um aumento de capital de R$ 363,7 milhões. Segundo a empresa, o aumento de capital ocorrerá através da incorporação da reserva de lucros, sem nenhuma emissão de novas ações. A operação, contudo, ainda precisará ser aprovada na Assembleia Geral Extraordinária, que será realizada em 29 de abril na capital paulista. Se a operação for aprovada, o capital social da Eucatex passará para R$ 488,1 milhões para R$ 851,9 milhões.
Hermes Pardini (PARD3)
O Instituto Hermes Pardini publicou balanço e reportou um lucro líquido de R$ 44,3 milhões no quarto trimestre de 2019, um crescimento de 67,3% sobre igual trimestre de 2018. No ano inteiro de 2019, o lucro líquido avançou 28,4% sobre 2018, para R$ 158,4 milhões.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 62,9% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 85,5 milhões. Já o Ebitda do ano inteiro de 2019 avançou 39,6% sobre o ano anterior para R$ 334,6 milhões. Sediado em Belo Horizonte (MG), mas com presença forte em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Hermes Pardini é uma das maiores redes de laboratórios e exames clínicos do país.
O banco Bradesco BBI avaliou que os resultados do Hermes Pardini seriam decepcionantes, não fossem “os resultados operacionais” como lucro e Ebitda, que no geral vieram em linha com as projeções. Segundo o BBI, o projeto Enterprise de redução de custos da empresa ainda não atingiu os resultados pretendidos e a empresa gastou mais dinheiro na aquisição de laboratórios. O crescimento orgânico, na avaliação do BBI, permanece um desafio. “Embora vejamos o Pardini como uma ação defensiva, acreditamos que o impacto positivo do projeto Enterprise foi menor que o esperado”. O BBI mantém a recomendação do papel PARD3 como neutra.
O Itaú BBA fez uma avaliação um pouco mais otimista sobre o Hermes Pardini. O banco avaliou os resultados como positivos e destacou que a lucratividade continua em alta, mas em um ambiente bem mais competitivo nos laboratórios. O BBA destaca que o crescimento do volume de vendas da rede terá papel determinante na expansão futura dos laboratórios. O banco mantém a recomendação de desempenho em linha com a média do mercado (“market perform”) para a Hermes Pardini, com um preço-alvo de R$ 27,00 para a ação, uma alta de 81,01% sobre os R$ 14,91 de fechamento da última sessão.
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(Com Bloomberg)
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