A volatilidade voltou aos mercados nesta quarta-feira. As bolsas da Ásia fecharam em queda e os futuros de Nova York operam em terreno negativo, aguardando medidas de estímulo do governo americano. Enquanto isso, o banco da Inglaterra cortou inesperadamente a taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual, o que deu fôlego às bolsas de valores da Europa, que operam em alta.
No Brasil e nos EUA, hoje, serão publicados indicadores de inflação. No noticiário corporativo, o governo federal indicou o executivo Antônio Cássio dos Santos para presidir o Conselho da resseguradora IRB Brasil RE, enquanto Localiza e Movida divulgaram balanço.
1. Bolsas mundiais
As bolsas da Ásia fecharam em queda nesta quarta-feira e a volatilidade voltou aos mercados. Na Europa, o Banco da Inglaterra reduziu a taxa de juros inesperadamente em 0,50 ponto porcentual, para lidar com os efeitos negativos do Brexit e do coronavírus na economia britânica. O corte de juros, fora de reunião regular, foi o primeiro movimento de emergência do BC britânico desde a crise global. A medida foi bem recebida nos mercados europeus, que avançam na manhã de hoje.
O BOE ainda anunciou medidas para ajudar a manter o crédito fluindo pela economia, dizendo que o surto de coronavírus prejudicará a atividade. O Presidente do BOE, Mark Carney, disse que o banco tomará todas as medidas necessárias para ajudar o Reino Unido. Vale destacar que a presidente do BCE, Christine Lagarde, alertou sobre risco de uma crise como em 2008 e indicou que o banco agirá ainda esta semana: o BCE fará reunião de política monetária amanhã.
Em Nova York, contudo, os futuros apontam uma abertura em baixa na NYSE. Investidores esperam por mais detalhes sobre as medidas de estímulo à economia americana, enquanto os juros dos treasuries voltam a cair, em sinal de retomada da aversão ao risco. O número de casos do coronavírus superou 110 mil no mundo e mil nos EUA.
Nos mercados de energia, os futuros do petróleo estão em queda. O Reino da Arábia ordenou à estatal Aramco que bombeie mais 1 milhão de barris diários de petróleo.
Veja o desempenho dos mercados, às 7h36*
Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), -1,85%
*Nasdaq Futuro (EUA), -1,77%
*Dow Jones Futuro (EUA), -1,69%
Europa
*Dax (Alemanha), +1,80%
*FTSE (Reino Unido), +0,94%
*CAC 40 (França), +1,90%
*FTSE MIB (Itália), +1,16%
Ásia
*Nikkei (Japão), -2,27% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -2,78% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), -0,63% (fechado)
*Xangai (China), -0,94% (fechado)
*Petróleo WTI, -1,89%, a US$ 33,60 o barril
*Petróleo Brent, -1,80%, a US$ 36,00 o barril
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam estáveis, cotados a 653.500 iuanes, equivalentes a US$ 94,03 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 6,9493 (-0,05%)
*Bitcoin, US$ 7.885,43 +0,20%
2. Indicadores econômicos
No Brasil e nos Estados Unidos, hoje serão publicados vários indicadores de inflação. A FGV publica às8h a prévia de março do IGP-M. Já o IBGE deve publicar às 9h o IPCA de fevereiro. A inflação medida pelo IPCA deve ter desacelerado para alta de 3,90% em fevereiro na comparação anual, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de ter ficado em 4,19% na medição anterior. No comparativo mensal, índice deve ter desacelerado de 0,21% para 0,15%.
Nos EUA, o Escritório Nacional de Estatísticas publica às 9h30 a inflação para o consumidor em fevereiro.
Já o BC oferta até 20.000 contratos swap em leilão nesta quarta; leilão ocorre das 9h20 às 9h30. O BC deixa de ofertar dólar à vista após leilões deste tipo nos dois últimos dias; venda de US$ 2 bilhões ontem ajudou o dólar a cair 1,7%, devolvendo a maior parte da forte alta de 2,1% de segunda-feira. A autoridade monetária ainda divulga fluxo cambial semanal às 14h30.
3. Política
Paulo Guedes, ministro da Economia, enviou ofício aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, na noite desta terça-feira, pedindo prioridade na votação de projetos da agenda econômica. “Considerando o agravamento da crise internacional em função da disseminação do Coronavírus e a necessidade de blindagem da economia brasileira, o Ministério da Economia propõe acelerar a pauta que vem conduzindo junto ao Congresso Nacional”.
Ele ainda destacou que as matérias já em tramitação “são extremamente relevantes para resguardar a economia do país, aumentar a segurança jurídica para os negócios e atrair investimentos”. Entre as matérias prioritárias citadas estão autonomia do BC, privatização da Eletrobras, marco legal do saneamento e PECs do pacto federativo. “Com a continuidade de reformas estruturais que o país precisa, será possível recuperar espaço fiscal suficiente para a concessão de outros estímulos à economia”, diz o ofício. A equipe econômica prepara reforma tributária e diz que reforma administrativa será encaminhada em breve.
Ainda em destaque, um impasse entre os partidos de centro ameaça deixar para depois de 15 de março a votação sobre o chamado “orçamento impositivo” no Congresso. Uma tentativa de chegar a um acordo na noite de ontem fracassou. A sessão mista da Comissão do Orçamento foi interrompida e deve ser retomada hoje.
4. Eleições americanas
O ex-vice-presidente Joe Biden foi o grande vencedor das primárias realizadas em seis estados ontem e consolidou seu favoritismo na disputa pela candidatura do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos.
Biden derrotou Bernie Sanders em Michigan, o maior prêmio da noite e um dos estados em que Sanders havia obtido uma vitória surpreendente – e apertada — contra Hillary Clinton, há quatro anos. Confira mais clicando aqui.
5. Noticiário corporativo
A União indicou na noite de ontem o executivo Antônio Cássio dos Santos para o cargo de presidente do Conselho de Administração da resseguradora IRB Brasil RE (IRBR3). O executivo chega com a missão de recuperar a imagem da empresa, abalada por escândalos. Já o Magazine Luiza (MGLU3) deverá ratificar na sua Assembleia de 9 de abril o aumento de capital da companhia para R$ 6 bilhões. As locadoras Movida (MOVI3) e Localiza divulgaram balanço na noite de ontem.
Ainda em destaque, Tim e Vivo manifestam interesse em negociar compra da Oi móvel, a Vale foi elevada a compra pelo HSBC e, na Petrobras, o Conselho da estatal aprovou plano para equacionar o déficit da Petros.
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