(Bloomberg) — Os setores de viagens, energia, manufatura e produtos de consumo pressionam o governo Donald Trump e o Congresso a tomar medidas decisivas para aliviar os impactos econômicos causados pelo coronavírus e pela queda dos preços do petróleo.
Lobbies empresariais apresentam uma série de propostas, como estender o seguro-desemprego, ampliar incentivos fiscais para empresas de entretenimento e oferecer créditos tributários a empregadores com funcionários em quarentena, de acordo com representantes entrevistados pela Bloomberg News. Muitas das ideias estão em estágio preliminar enquanto o presidente Donald Trump e assessores avaliam opções.
David French, vice-presidente sênior de relações governamentais da Federação Nacional de Varejo (NRF, na sigla em inglês), a maior associação do setor, disse que as conversas estão em estágio de análise.
Investidores e a sociedade aguardam uma resposta mais decisiva do governo Trump ao surto de coronavírus e à forte queda dos preços do petróleo, provocada por um colapso das negociações entre Rússia e Arábia Saudita com o objetivo de reduzir a produção.
Trump disse em conferência de imprensa na noite de segunda-feira que buscaria um “alívio muito significativo” para a economia, como discutir com o Congresso um imposto sobre a folha de pagamento e ajudar trabalhadores que ganham por hora.
Mas, por enquanto, o pacote econômico do presidente deixaria de fora qualquer ajuda para o setor de viagens, disseram pessoas a par do assunto na segunda-feira à noite.
A Casa Branca recebe uma série de executivos esta semana. Na segunda-feira, a Federação Nacional de Varejo, a Associação Internacional de Franchising e a Associação Americana de Hotel e Hospedagem, entre outras, se reuniram com representantes da Casa Branca, segundo pessoas a par do encontro.
“Buscamos coisas que ajudarão funcionários e coisas que ajudarão empresas”, disse Jennifer Myers, porta-voz da Associação Americana de Hotel e Hospedagem. O grupo pressiona pela extensão do seguro-desemprego para ajudar a atenuar o impacto de uma potencial desaceleração a longo prazo que levaria a demissões.
A Associação Nacional de Fabricantes divulgou um plano de ação política com mais de 30 recomendações, como créditos tributários para empregadores e clemência de crédito para pequenas e médias empresas.
“Nem o governo nem a indústria podem resolver esse desafio sozinhos”, disse o presidente e CEO da associação, Jay Timmons, em comunicado.
A Câmara de Comércio dos EUA, uma dos grupos de lobby mais poderosos de Washington, e a Business Roundtable, que conta com altos executivos como membros, criaram forças-tarefa para responder à crise do coronavírus.
A Câmara de Comércio avalia se aqueles que não podem trabalhar por causa do vírus devem se beneficiar do seguro-desemprego, de acordo com Neil Bradley, diretor de políticas do grupo. Ele disse que o plano pode permitir que empresas respondam “de forma mais ágil” do que oferecer licença médica remunerada, porque é uma política já em uso, uma visão compartilhada pela NRF.
Petróleo e energia
Líderes da indústria de petróleo e lobistas se apressam para desenvolver planos para abordar o golpe duplo do coronavírus – que provocou a primeira retração na demanda de petróleo desde 2009 – e da queda do petróleo.
Até agora, petroleiras e associações ainda não chegaram a um consenso em torno de ideias ou enviaram muitas propostas à Casa Branca para consideração, disseram dois lobistas do setor que pediram anonimato. Autoridades do setor ainda tentam descobrir quais alavancas podem ser puxadas, incluindo possíveis empréstimos, disse uma das pessoas.
Mas pode ser difícil convencer o governo a incluir a indústria do petróleo para qualquer pacote de ajuda direcionada, já que o presidente Trump vê os preços mais baixos do petróleo como um benefício para os consumidores.
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