SÃO PAULO – Após a forte queda do Ibovespa na véspera, de 12,17%, com destaque para a derrocada de quase 30% da Petrobras – na esteira da baixa de 25% do petróleo com a Arábia Saudita deflagrando uma guerra de preços depois da Rússia não aceitar o acordo de corte de produção da Opep+ – a sessão é de recuperação dos mercados, mas ainda longe de compensar a forte queda registrada na véspera.
As ações da Petrobras sobem até 16% em meio aos ganhos do petróleo de cerca de 10% na expectativa por estímulos nos EUA e no Japão, enquanto a Vale avança 10% em meio aos ganhos de 4,8% do preço do minério de ferro negociado em Qingdao.
O petróleo registra alta em meio à expectativa de que possíveis reduções de impostos nos EUA possam proteger o mercado contra o coronavírus e a disputa de preços entre os principais produtores. A Saudi Aramco informou que fornecerá aos clientes 12,3 milhões de barris por dia em abril, excedendo o ritmo máximo de produção sustentável do reino, depois de reduzir os preços oficiais do petróleo no fim de semana. Já o maior produtor da Rússia disse que vai aumentar a produção no próximo mês, embora o Ministro da Energia Alexander Novak tenha dito que ainda é possível uma cooperação adicional com a Opep.
Confira os destaques desta terça-feira (10):
Bradesco (BBDC3;BBDC4)
O Bradesco realiza Assembleia Geral Extraordinária (AGE) sobre aumento do capital de R$ 4 bilhões, às 16h.
O conselho de administração do Bradesco propôs aos acionistas um aumento de capital com reservas de lucros no valor de R$ 4 bilhões, com bonificação de ações. Assim, o capital social do banco passa para R$ 79,1 bilhões.
A data-base da bonificação será informada após a aprovação da operação pelo Banco Central. Cada acionista vai receber uma nova ação para cada 10 que possuir nesta data a ser definida, e da mesma categoria das atuais.
Vivo (VIVT4)
A Vivo anunciou que terá apenas ações ordinárias (VIVT3) após a conversão da totalidade dos ativos preferenciais (VIVT4). Segundo o documento distribuído ao mercado, a proposta será ainda enviada para a aprovação da Anatel.
“A administração entende que a conversão propiciará a maximização da geração de valor a todos os seus acionistas, dado que conferirá o direito a voto e tag along de que trata a Lei das S.A. à totalidade de seus acionistas, incrementando as suas práticas de governança corporativa”, destacou.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras vendeu quatro campos de gás natural no Estado da Bahia para a Eagle Petróleo e Gás. O valor total da transação foi de US$ 3,01 milhões (R$ 14,3 milhões). Os campos são terrestres e se localizam no interior da Bahia, na chamada Bacia de Tucano, a cerca de 110 quilômetros de Salvador. Segundo a estatal petrolífera, os campos têm a capacidade de produção de 26 barris por equivalência (boe) de gás por dia.
Helbor (HBOR3)
A construtora e incorporadora Helbor, de São Paulo (SP), informou ontem que realizará uma emissão de debêntures para levantar R$ 47,1 milhões. Serão emitidas 47.100 debêntures simples, cada uma no valor de R$ 1 mil. A Helbor informou que o dinheiro obtido com a venda dos papéis será integralmente usado na aquisição de um imóvel localizado na Avenida República do Líbano, na Zona Sul da capital paulista. A Helbor informou que as debêntures vencerão em 36 meses – ou três anos – a partir da data da emissão, que será em março deste ano.
CPFL (CPFE3)
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) publicou balanço ontem e informou que obteve um lucro líquido de R$ 114,7 milhões no quarto trimestre de 2019. Segundo a empresa, houve crescimento de 7,3% sobre igual período de 2018. Já o lucro líquido da CPFL no ano de 2019 consolidado caiu 9,9% sobre 2018, para R$ 107 milhões. A receita líquida somou R$ 583,5 milhões no quarto trimestre e R$ 1,9 bilhão em 2019.
Embora a receita líquida no quarto trimestre tenha crescido 13% sobre igual período de 2018, o faturamento líquido de 2019 caiu -0,4% sobre 2018. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 376,4 milhões no quarto trimestre, um avanço de 26,15 sobre igual período do ano passado.
Já o ano inteiro de 2019, foi de R$ 1,2 bilhão, também uma queda de -0,4% sobre 2018. A CPFL registrou queda na geração de energia das usinas hidrelétricas no quarto trimestre, de 37,3%, uma perda de 160 GHw. A redução ocorreu porque a vazão dos rios esteve mais baixa em São Paulo, Minas Gerais e no Estados do Sul. Em compensação, houve aumento de 7,5% na geração nos parques eólicos da empresa na região Nordeste, para 90,6 GHw. A geração eólica respondeu por mais de 63% da receita líquida da CPFL no quarto trimestre de 2019.
O Itaú BBA avaliou como positivo o balanço divulgado ontem pela empresa. Segundo o Itaú BBA, tanto o Ebitda quanto o lucro líquido da concessionária de energia elétrica superaram as estimativas do banco e do mercado. O BBA ressaltou que a expansão ocorreu principalmente no negócio da distribuição de energia. O BBA elogiou também a gestão da CPFL e mantém a nota “outperform” (acima da média) para a empresa em 2020, com preço-alvo de R$ 39,00 para este ano, uma alta de 14,7% sobre os R$ 34,00 de ontem na B3.
Direcional (DIRR3)
A construtora e incorporadora Direcional Engenharia (DIRR3), de Belo Horizonte (MG) reportou um lucro líquido de R$ 28 milhões no quarto trimestre de 2019, crescimento de 55% sobre igual período de 2018. No consolidado de 2019, a empresa lucrou R$ 100 milhões. O resultado é positivo. Em 2018, a empresa teve prejuízo de R$ 77,4 milhões.
A receita líquida da Direcional avançou 25% em 2019, em comparação sobre 2018, para R$ 1,45 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 44,2% no quarto trimestre de 2019, para R$ 60,7 milhões. No consolidado de 2019, o Ebitda avançou 110,7% para R$ 240,2 milhões. A Direcional somou um Valor Geral de Vendas (VGV) lançado de R$ 555,1 milhões no quarto trimestre de 2019, o que representou um avanço de 55% sobre igual período de 2018. No fechamento do 2019, contudo, o VGV lançado cresceu muito pouco em comparação a 2018, apenas 2,2%, para R$ 1.94 bilhão.
O Brasil Plural avaliou como positivos os resultado, com destaque para o lucro líquido maior, “resultante do maior número de lançamentos, eficiência nas obras e aumento da rentabilidade”. O BTG Pactual destacou que os resultados vieram “sólidos e em linha” e que a ação DIRR3 oferece boas chances de dividendos. O banco manteve a recomendação compra.
Linx (LINX3)
O conselho de administração da Linx aprovou um programa de recompra de até 8 milhões de ações ordinárias, correspondente a 4,28% do total de ações da empresa.
Segundo a Linx, o objetivo da operação é maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital.
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