SÃO PAULO — Em evento em São Paulo nesta quinta-feira (30), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a cobrar o governo sobre o atraso no envio da proposta de reforma administrativa.
“Acho que a reforma tributária sai antes da administrativa. (…) Não temos como avançar com a reforma administrativa sem o governo enviar a sua proposta”, disse. “A reforma administrativa é minha prioridade também.”
O presidente da Câmara afirmou que a sua relação com o presidente Jair Bolsonaro tem sido muito positiva. Ele também elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, e se mostrou confiante na aprovação das reformas.
“Nas reformas que virão, acho que termos muita condição de organizar com o ministro Paulo Guedes. Ele tem o dom da palavra e o dom de construir boas narrativas para convencer”, disse Maia.
“É preciso cuidado porque uma pessoa sozinha não empurra um caminhão. Qualquer governo tem que governar com a sua base. No Brasil, se transferiu a responsabilidade para o Congresso.”
Para Maia, tanto a reforma administrativa quanto a tributária podem ser aprovadas neste ano. “Sou otimista. Temos condições”, disse. “Nosso papel é constituir maioria e aprovar o que é prioridade.”
Ele voltou a dizer que a agenda eleitoral não deve esvaziar o parlamento na segunda metade deste ano e que isso pode até ajudar o encaminhamento das reformas. “Deputados não têm tanto compromisso com a agenda municipalista.”
Maia também reforçou que é preciso a aprovação da PEC Emergencial, que está no Senado, e enfatizou que outros projetos importantes estão na agenda.
Um deles é a votação da nova lei de recuperação judicial, que deve ocorrer em duas semanas, e também da lei de parceria público-privada (PPP), prevista para o final de fevereiro e começo de março.
Guedes: reforma sai em até duas semanas
No mesmo evento em São Paulo, Guedes disse que o governo deve enviar ao Congresso a proposta de reforma administrativa em até duas semanas.
Segundo o ministro, quanto mais o tempo passa, mais a reforma desidrata. “Nossa reforma administrativa vai, mas com restrições políticas”, disse.
Ele defendeu que a reforma administrativa é mais fácil de ser aprovada porque prevê mudanças para novos servidores, e não para os que já têm cargos públicos.
“Será preciso provar que é um bom servidor ao longo de anos de trabalho para ganhar estabilidade. (…) Se não é possível politicamente aplicar [as novas regras] para quem está no serviço público hoje, coloca-se então um filtro para o futuro.”
O ministro também falou que o governo fará o máximo para que a reforma tributária seja aprovada também neste ano, mas que isso depende de outros fatores alheios a ele.
“O trabalho do Legislativo é de total colaboração. Mais do que namoro. É uma aliança política de centro-direita. Houve uma aliança política de 30 anos de centro-esquerda. Agora, a coisa está avançando.”
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