(Bloomberg) — Companhias aéreas de todo o mundo suspenderam mais voos para a China enquanto governos restringem viagens para ajudar a impedir a propagação do vírus de Wuhan.
A British Airways cancelou voos diários para Pequim e Xangai a partir do aeroporto de Heathrow, em Londres, depois que autoridades do Reino Unido desaconselharam viagens não essenciais. A companhia aérea britânica informou que irá reavaliar a situação nos próximos dias.
A Cathay Pacific Airways, de Hong Kong, disse que planeja reduzir a capacidade para a China em 50% ou mais a partir de quinta-feira, em outro golpe para a companhia aérea que já está sob pressão dos protestos em Hong Kong. Nos Estados Unidos, a United Airlines disse que reduziria voos para Pequim, Xangai e Hong Kong.
Governos intensificaram esforços para frear a propagação da doença. Núcleos de pessoas infectadas começaram a surgir em outros países, como na Alemanha. Isso levou companhias aéreas, que já haviam suspendido voos para Wuhan, a excluirem outros destinos chineses. O aeroporto de Wuhan recebe cerca de 25 milhões de passageiros por ano.
O número de casos confirmados na China subiu para 5.974 – ultrapassando a contagem oficial de pacientes com a SARS no país -, enquanto 132 pessoas morreram devido ao coronavírus.
Na terça-feira, a Alemanha disse que identificou um grupo de pacientes locais infectados por uma mulher de Xangai que estava visitando a Europa. Um sinal preocupante, pois sugere o potencial de propagação fora da China.
O aumento do alarme já afetou viagens dentro da China durante o feriado do Ano Novo Lunar. As viagens domésticas por trens, veículos automotivos, barcos e aviões na China diminuíram 7,4% entre 10 e 28 de janeiro, segundo o jornal People’s Daily, citando o Ministério dos Transportes.
Várias companhias aéreas sul-coreanas também suspenderam voos para cidades chinesas, como Asiana Airlines, Jeju Air e Jin Air, enquanto Finnair e Air Macau estão entre as outras que tomaram medidas semelhantes.
James Teo e Chris Muckensturm, analistas da Bloomberg Intelligence, disseram que a China Southern Airlines pode sofrer o maior impacto entre as “três maiores” companhias aéreas do país, pois controla 30% da capacidade de assentos de Wuhan.
As rotas para a capital da província de Hubei representam 3,6% dos assentos da empresa. A parcela se compara com 1,5% da Air China, que também é vulnerável, escreveram os analistas em relatório.
O tráfego de passageiros de companhias aéreas como Cathay e China Southern encolheu entre 32% e 37% no primeiro semestre de 2003 devido à pandemia da SARS, acrescentaram Teo e Muckensturm.
Desta vez, “a rápida implementação de medidas preventivas pelos aeroportos internacionais pode ajudar a atenuar o impacto”, disseram.
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