SÃO PAULO – A bolsa brasileira registra expressiva queda na sessão desta quarta-feira (26), com destaque para as blue chips, cujos ADRs (American Depositary Receipts) despencaram na bolsa de Nova York durante os dois dias em que a B3 esteve fechada (veja mais clicando aqui) por conta do aumento dos temores com o coronavírus. O primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado nesta quarta pelo Ministério da Saúde, enquanto os casos têm se espalhado pela Europa, com destaque para a Itália, elevando os receios sobre o impacto da doença para a economia mundial.
Petrobras (PETR3;PETR4), Vale (VALE3) e siderúrgicas como CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) caem entre 6% e 8%, enquanto bancos como Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC3;BBDC4) e Santander Brasil (SANB11) têm forte baixa entre 3% e 6%.
“Para o mercado brasileiro, caso os impactos do surto se prolonguem no médio prazo, a pressão deve continuar principalmente para ações ligadas à economia global, como empresas de commodities – caso de Suzano (SUZB3), Vale -, frigoríficos exportadores – caso de JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) -, companhias aéreas e de turismo- como Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) -, além de empresas domésticas de consumo que possam ter seus resultados deteriorados a depender do impacto para a economia brasileira”, destaca a XP Investimentos em relatório.
As maiores baixas percentuais, por sinal, ficam justamente com as ações de empresas ligadas ao setor de turismo, com a Azul chegando a registrar queda de 12%, enquanto a Gol tem baixa de até 9,2%. CVC, por sua vez, viu seus ativos caírem cerca de 10% para depois amenizarem as perdas e registrarem queda de cerca de 6%. Os investidores temem pelos impactos do coronavírus nas viagens, principalmente após a Itália confirmar novos casos, Grécia relatar seu primeiro caso e 700 pessoas permaneceram confinadas em um hotel em Tenerife, nas Ilhas Canárias.
Contudo, a baixa é generalizada: as menores quedas eram de Cielo (CIEL3) e Ambev (ABEV3), entre 1,5% e 2%, dois papéis que registram forte baixa no ano.
Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (26):
Azul (AZUL4)
A Azul informou na sexta-feira ter assinado acordo para a compra da TwoFlex por R$ 123 milhões. O fechamento do negócio está condicionado a aprovação da operação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras informou em comunicado na sexta início da fase não vinculante referente à venda de 100% de sua Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III ( UFN-III ) em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão informações detalhadas sobre o ativo, além de instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes.
Segundo a Petrobras, a operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor para os seus acionistas.
Conforme a estatal, a construção da UFN-III teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014, com 81% da obra concluída. A unidade terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente, e a conclusão da obra será de responsabilidade do potencial comprador.
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil comunicou na sexta-feira a renúncia de Marco Túlio Moraes da Costa do cargo de Diretor de Agronegócios, com efeitos a partir desta quarta-feira.
Sanepar (SAPR11)
A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) planeja aumentar o capital social em R$ 1,14 bilhão, usando parte do saldo da reserva de lucros da empresa. Com a mudança – que precisará ser aprovada na Assembleia marcada para 27 de março – o capital social da estatal paranaense de água e saneamento passará para R$ 4 bilhões. Segundo a empresa, a reserva de lucros excedeu o capital social atual da empresa, de R$ 3 bilhões. A Sanepar publicou em fevereiro o balanço de 2019, informando um lucro líquido de R$ 1,09 bilhão no ano passado – um crescimento de 21% sobre 2018.
Marfrig (MRFG3)
A Marfrig comunicou na manhã de hoje que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o Serviço de Inspeção e Inocuidade Alimentar (FSIS) informaram ao Ministério da Agricultura do Brasil a abertura do mercado americano à importação de carne bovina brasileira. A Marfrig já exporta carne bovina das suas plantas no Uruguai e na Argentina para os EUA, mas agora pretende ampliar as vendas a partir dos frigoríficos brasileiros. “A abertura irá contribuir para aumentar o portfólio da operação América do Norte”, comentou a empresa.
Minerva (BEEF3)
A Minerva também informou que o Ministério da Agricultura do Brasil recebeu autorização do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) permitindo que o Brasil retome as exportações de carne bovina aos EUA. A Minerva também já exporta carne bovina aos EUA a partir da Argentina e do Uruguai, mas destacou que cinco dos seus frigoríficos no Brasil poderão retomar as exportações para os EUA em breve. Segundo a empresa de Barretos (SP), esses cinco frigoríficos têm a capacidade de abate de 6.040 cabeças por dia.
A empresa também comunicou que deverá propor, em Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada na sede em Barretos (SP) em 20 de março, a redução do capital social da empresa em R$ 380 milhões, para a soma de R$ 960,3 milhões. Segundo o Conselho da empresa, a manobra será feita apenas para “fins contábeis” e para permitir que no futuro sejam distribuídos lucros aos acionistas.
A Minerva afirmou que nenhuma das 458.558.919 ações ordinárias da companhia será cancelada. A empresa, que reportou lucro líquido de R$ 16 milhões em 2019, após anos de prejuízos, informou que a redução de capital é uma manobra legal para destinar R$ 380 milhões “para a absorção dos prejuízos acumulados”. Em 24 de janeiro, a Minerva levantou R$ 1,04 bilhão com uma oferta de ações na B3. A empresa pretende liquidar as dívidas e voltar a pagar dividendos aos acionistas.
Cyrela (CYRE3)
A construtora e incorporadora Cury, na qual a Cyrela tem participação de 48,25%, entrou com pedido de registro de oferta pública primária e secundária da ações na B3. A informação partiu de um comunicado da Cyrela, no qual a empresa também informa que a Cury pediu a adesão ao Novo Mercado da B3. A Cury atua nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A empresa afirma que teve lucro líquido de R$ 204 milhões no ano passado, um crescimento sobre 2018, quando lucrou R$ 176 milhões.
PetroRio (PRIO3)
A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições o ato de concentração envolvendo a PetroRio O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda e a Dommo Energia S.A. O despacho pela aprovação está publicado na edição desta quarta-feira, 26, do Diário Oficial da União.
A operação consiste na aquisição, pela PetroRio, de 80% do Campo de Tubarão Martelo, localizado na Bacia de Campos (RJ), atualmente detido pela Dommo.
Segundo dados do parecer do Cade, ao final da operação, a PetroRio ingressará no campo de Tubarão Martelo passando a atuar como nova operadora do campo, enquanto a Dommo ficará com os 20% restantes.
De acordo com os dados disponibilizados pelo Cade, para a PetroRio, “a operação está alinhada com seu modelo de negócios e sua estratégia de expansão, além de representar uma oportunidade para futura simplificação do sistema de produção entre os Campos de Tubarão Martelo e Polvo, gerando sinergias significativas e redução dos custos”.
Já para a Dommo, “a operação representa uma significativa redução dos seus custos de operação, além de representar uma oportunidade para revitalização do campo e extensão da sua vida útil”.
A operação foi formalizada por meio do Farm Out Agreement (FOA), em 3 de fevereiro de 2020, e está sujeita à aprovação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Oi (OIBR4)
A operadora de telefonia Oi, em recuperação judicial, informou na manhã de hoje que concluiu a venda de um imóvel na rua General Polidoro, no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro. A empresa recebeu R$ 120 milhões pela venda no dia 21, quando ocorreu a liquidação da transação financeira.
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(Com Agência Estado)
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