SÃO PAULO – Ricardo Reis, professor do InfoMoney, conversou com Marson Cunha, diretor e estrategista da Midtown Capital Partners, plataforma de gestão e investimentos em ativos imobiliários com sede nos Estados Unidos, sobre a importância de ter uma carteira de investimentos globalizada e diversificada, principalmente em ativos do mercado imobiliário.
Em outra entrevista, trouxe Suzanne Hollander, professora da Universidade Internacional da Flórida e advogada especializada em negócios imobiliários, para saber a visão da profissional sobre o mercado brasileiro e reiterar a ideia de que uma carteira de investimentos globalizada é fundamental para o investidor.
Para Cunha, o primeiro passo para investir em produtos de outros países e mercados está relacionado com a educação.
“É um processo educacional. É fundamental entender quais os ativos, riscos e terminologia. Entender a distinção legislativa também é importante. Entenda a relação de risco-retorno. Se o investidor não está enxergando risco, ele não está vendo tudo”, diz Cunha.
“É importante ler bastante e acompanhar de perto os investimentos. E continue olhando o Brasil, estudando as oportunidades de todos os mercados. Saiba que o investimento escolhido precisa ter alinhamento com o que você quer”, recomenda.
Como explicou o diretor, é muito importante diversificar os investimentos, independentemente do tamanho do portfólio.
“O portfólio de equity de todo o mundo é mais diversificado, então a hora que você vê o brasileiro investindo em Tesla, Apple, Amazon, a carteira dele de imóveis deveria seguir a mesma linha”, explica Cunha.
Para ele, o acesso a uma tecnologia de ponta é essencial para realizar essas operações em mercados de outros países, já que os avanços permite que o investidor entenda e acesse esses produtos com mais facilidade.
“Antigamente era muito mais complicado. Hoje, quem quer investir em qualquer produto, é só abrir o celular, tanto em produtos daqui quanto de lá”, diz.
Uma parte dos brasileiros, porém, já está caminhando para possuir uma carteira mais diversificada. Como explicou Suzanne (assista à entrevista acima), em Miami é muito comum ver brasileiros investindo e comprando propriedades imobiliárias.
“Os brasileiros parecem conhecer bastante Miami. Alguns anos atrás, os brasileiros eram os maiores compradores de imóveis na Florida e, principalmente, em Miami.”, diz.
“Temos muitas oportunidades interessantes no mercado do centro de Miami – onde há muitos empreendimentos vagos, já que grandes investidores da América Latina se assustaram com a alta do dólar. Com essa vacância, os preços estão em queda, o que abre oportunidades”
Outro investimento que está em alta no mercado imobiliário americano – fortemente sustentado por investidores estrangeiros – é o de compra de um empreendimento e reforma para ser utilizado como um AirBnb.
Em Miami, é proibida a locação por curtas temporadas em condomínios normais, para que não ocorra conflitos entre moradores e turistas. Logo, o investimento em empreendimentos focados apenas em locação de curto prazo para a alta temporada pode fazer sentido.
“Diversos incorporadores estão apostando em empreendimentos no qual todos os apartamentos serão realocados para uso de aluguel de curta temporada através do AirBnb”, explica Suzanne.
Saindo do mercado residencial, a professora explica que o investimento em logística pode ser um grande atrativo para o investidor brasileiro em outros países.
“Descobrimos que há uma enorme demanda por galpões e centros de distribuição, mas espaços que sejam modernizados e tecnológicos”.
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