SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro estende nesta quinta-feira (27) as perdas da véspera, quando a Bolsa teve seu pior pregão desde 18 de maio de 2017 no “Joesley Day”. O coronavírus segue como principal driver dos mercados globais, derrubando as bolsas asiáticas, europeias e os futuros dos índices dos Estados Unidos.
Um dos desdobramentos do noticiário sobre a doença hoje foi a informação trazida pelo governo americano de um caso de origem desconhecida no Condado de Solano, Estado da Califórnia.
A Coreia do Sul, onde o surto ganhou força, informou 505 novos casos do coronavírus nesta quinta-feira, elevando para 1.766 o número de pessoas infectadas. Com os novos casos de hoje, a Coreia do Sul ultrapassou a China no número de casos diários – a China reportou ter tido hoje 452 novos casos, informa a CNBC.
Na Itália, onde o surto se instalou principalmente no Norte do país, o governador da rica região da Lombardia, Attilio Fontana, informou que ficará recolhido em quarentena, após um assessor ter contraído o coronavírus. O número de casos na Itália ultrapassa 400, com 12 mortes.
Às 09h12 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava queda de 2,20%, aos 103.725 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em março avançava 0,22%, a R$ 4,461. Já o dólar comercial tem leve alta de 0,212%, a R$ 4,4528 na compra e R$ 4,4535 na venda.
Hoje, o Banco Central ofertará mais 20 mil contratos de swap cambial, que se somam aos 10 mil vendidos ontem.
Já entre os juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2022 fica estável a 4,77%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 avança três pontos a 5,40%, seguido pela alta de cinco pontos-base do vencimento em janeiro de 2025, a 6,25%.
Entre os indicadores, vale a pena acompanhar a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre, número que sai às 10h30.
Ontem à noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu vice-presidente, Mike Pence, irá coordenar os esforços de combate ao coronavírus no país. Trump admitiu, porém, que a disseminação do coronavírus nos EUA não é inevitável. A Microsoft se somou à Apple e HP ao rebaixar perspectiva de resultado devido ao vírus.
No mercado de commodities, o petróleo tem 5ª baixa seguida, para menos de US$ 49, com receio de que uma pandemia afete o crescimento global, enquanto os metais recuam em Londres e minério de ferro tem 4ª baixa em Cingapura.
Já o Tesouro divulgará o resultado primário do governo central de janeiro na quinta-feira às 10h, enquanto os dados da dívida pública para o mesmo período sairão no mesmo dia, às 14h30. A coletiva de imprensa do secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, sobre o desempenho das receitas e despesas no primeiro mês do ano ocorrerá às 10h30.
Tensão com Congresso
Conforme destaca o jornal O Estado de S. Paulo, a equipe econômica já começa a ver riscos de não avançarem rapidamente, neste primeiro semestre, as três pautas que eram dadas como certas para aprovação pelo Congresso: o projeto de autonomia do Banco Central e as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e dos fundos públicos.
Os ânimos mais acirrados com o Parlamento, depois que o presidente Jair Bolsonaro disparou de seu celular um vídeo convocando apoiadores a irem às ruas para defendê-lo contra o Congresso, colocou a pauta em suspense e ampliou as incertezas da agenda econômica.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o mais cobrado pelas lideranças partidárias da Câmara e do Senado, que o acusam de ter descumprido o acordo do Orçamento impositivo, que amplia poderes dos parlamentares na destinação dos recursos para programas e ações do governo.
Noticiário corporativo
A Eletrobras comunicou na noite de ontem que o CPPI, órgão federal ligado à presidência da República, recomendou que a estatal seja excluída do Plano Nacional de Desestatização, comandado pelo Ministério da Economia.
Segundo a empresa, a recomendação foi publicada na Resolução 109 de 19 de fevereiro. Já o Banco do Nordeste informou que planeja aumentar o seu capital social em R$ 1,7 bilhão, com a incorporação de lucros dos exercícios anteriores. A medida depende de aprovação em Assembleia no dia 27 de março.
No noticiário corporativo nacional, foram divulgados os dados da Ambev: a maior fabricante de cerveja e refrigerantes da América Latina teve lucro líquido de R$ 12,188 bilhões em 2019, 7,4% acima dos R$ 11,347 bilhões registrados em 2018.
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