SÃO PAULO – Na última terça-feira (25), o Conselho Nacional de Segurança em Transportes dos Estados Unidos (NTBS, na sigla em inglês), afirmou em uma audiência que, segundo investigações, o motorista morto em um acidente em março de 2018 envolvendo um Tesla Model X estava jogando em seu smartphone na hora da batida. Contudo, o Conselho também culpou parcialmente o sistema de direção semi-autônoma da Tesla.
Vale dizer que o NTBS não possui o poder de julgar ou aplicar punições. O Conselho possui um caráter de atuação onde recomenda ações para diminuir riscos no trânsito.
As investigações do NTBS concluíram que Walter Huang, engenheiro de softaware da Apple, não tentou frear nem reagiu na hora do acidente, pois não estava com as mãos no volante e o carro era conduzido pelo Autopilot da Tesla, modo semi-autônomo de direção da companhia.
“Ao dirigir em um suposto carro autônomo você não pode dormir. Não pode ler um livro. Não pode assistir a uma série de TV. Não pode jogar videogames. E foi exatamente o que descobrimos que esse motorista estava fazendo”, disse Robert Sumwalt, presidente da NTBS durante a audiência de terça-feira. Para Sumwalt, houve também um “excesso de confiança” do motorista com a tecnologia.
“Nesse acidente vimos um claro excesso de confiança na tecnologia, vimos distrações, vimos faltas de políticas que proíbem o uso de telefones enquanto dirigimos e também vimos falhas graves de infraestrutura. Quando combinados, esses fatores levaram a essa perda trágica”, completou Sumwalt.
Além de culpar a distração do motorista, Sumwalt diz que o próprio sistema de direção da Tesla apresentou uma falha de funcionamento e também teve culpa no acidente. O Conselho apontou que um erro de detecção na via fez com que o sistema não considerasse a existência de uma divisão entre as faixas, resultando na colisão.
“Pedimos à Tesla que continuem trabalhando na melhoria de sua tecnologia de piloto automático”, afirmou o presidente do órgão durante audiência.
O presidente ainda disse que, indiretamente, a Apple tem sua parcela de culpa pelo acidente. Segundo ele, a companhia não tem políticas nem métodos de prevenção eficientes para evitar distrações ao dirigir um veiculo. Ficou comprovado que Huang estava jogando em seu iPhone quando o acidente aconteceu.
O órgão ainda afirma que vai apurar com o Departamento de Transportes da Califórnia sobre possíveis irregularidades na sinalização da pista em que o acidente ocorreu. Falta de demarcações de limites entre as faixas e nas saídas da rodovia podem confundir o sistema de direção da Tesla – baseado em câmeras – e causar acidentes.
A família de Huang, após o acidente, entrou com duas ações judiciais. A primeira delas foi contra Tesla pela falha no sistema de condução semi-automática e outra contra o Departamento de Transportes da Califórnia, por conta da má sinalização da via que teria causado o erro de reconhecimento do sistema da Tesla.
Por fim, Sumwalt também critica a atuação da Administração Nacional de Segurança no Transito nas Rodovias dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês) na regulação dos sistemas de direção autônoma dos veículos da Tesla. Segundo o conselho, a NHTSA ainda não possui uma abordagem eficiente na regulamentação da tecnologia.
Também presente na audiência, a NHTSA rebateu as críticas do conselho e afirmou que irá aumentar a regulamentação. O órgão ainda investiga outros 14 acidentes envolvendo o Tesla Autopilot.
“A NHTSA deve concluir em breve uma avaliação adicional ao sistema do Model X denominado Tesla Autopilot para garantir que a tecnologia implantada não represente um risco de segurança”, afirmou um porta-voz da organização.
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