quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

América Latina entra em alerta após confirmação de coronavírus no Brasil

Após a confirmação do primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, países da América Latina reforçam medidas de controle e alertam populações.

No Chile, foram registrados 260 casos suspeitos da doença até o momento, sem nenhuma confirmação. O ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, informou que todas as pessoas com suspeita da doença estão em suas casas, em isolamento, e não poderão sair durante 14 dias.

Mañalich explicou que a vigilância epidemiológica foi reforçada nos centros de saúde e que foi decretado um alerta sanitário, que permite ao Ministério da Saúde tomar medidas como contratar recursos humanos, fortalecer a rede de laboratórios e realizar o isolamento de pacientes.

O Chile tem aplicado protocolos rigorosos nos pontos de entrada no país. “Além do que já fizemos, a partir de sexta-feira (28) será obrigatório para todas as pessoas transportadas de avião para o Chile assinar uma declaração afirmando quais são os países em que estiveram no último mês”, anunciou o ministro.

Controles

No Peru, a ministra da Saúde, Elizabeth Hinostroza, anunciou que cinco hospitais de Lima estão preparados para isolar possíveis pacientes com coronavírus. Ela disse que não há casos confirmados da doença, mas que o país está preparado para a chegada do vírus.

A Colômbia, até o momento, descartou 13 casos suspeitos, e o Ministério da Saúde decidiu aumentar o nível de alerta de leve para moderado. De acordo com o ministério, “entre as medidas tomadas na área de vigilância e prevenção, há a expansão da triagem na imigração, ou seja, agora não apenas os passageiros serão perguntados se eles vêm da China ou se estiveram naquele país nos últimos 14 dias, mas também se eles estiverem nesse período na Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Tailândia, Malásia, Emirados Árabes Unidos e Itália”.

Além disso, o Ministério da Saúde disse que as mensagens de prevenção serão intensificadas em todo o país, especificamente a campanha nacional de lavagem das mãos e higiene respiratória.

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No Paraguai, o ministro da Saúde Pública, Julio Mazzoleni, disse que os protocolos de controle serão aplicados com severidade. Mazzoleni informou que está monitorando o segundo caso suspeito no país. Trata-se de um cidadão paraguaio que esteve na China e apresentou problemas respiratórios por 48 horas. Foi realizado um primeiro exame, que deu negativo, mas o teste será repetido nas próximas 48 horas.

Na Bolívia, os controles aeroportuários foram reforçados para as conexões aéreas com Lima, no Peru, e com São Paulo, já que são esses os principais elos do país com o mundo. “Essas são as nossas conexões para ir para à Ásia e à Europa”, disse Wilson Santamaría, vice-ministro da Segurança Pública. A Bolívia dispõe, segundo Santamaría, de modernos equipamentos de controle de temperatura dos passageiros.

Voos da Itália

Na Argentina, o Ministério da Saúde informou que os voos provenientes da Itália receberão especial atenção, com o objetivo de detectar, registrar e controlar precocemente pacientes com a possibilidade de apresentar doenças respiratórias agudas.

“Nesse sentido, e em relação aos países que relataram um aumento nos casos confirmados do vírus, como a Itália, e considerando que a Argentina possui voos diretos desse país, começaram a ser implementadas ações adicionais”, disse o comunicado.

Há pelo menos quatro cidadãos argentinos em rigoroso isolamento domiciliar, com suspeita da doença. De acordo com a imprensa argentina, eles devem passar por novos exames ainda hoje.

No Equador, há 15 hospitais preparados para tratar casos de contaminação pelo novo coronavírus. O Ministério da Saúde do país informou que há, ainda, outros estabelecimentos onde a quarentena poderá ser atendida. O país não tem registro de casos suspeitos até o momento, mas já possui os reagentes para fazer os testes de diagnóstico da doença.

Na Costa Rica, apesar de ainda não terem casos suspeitos registrados, o ministro da Saúde, Daniel Salas, disse que a chegada do novo coronavírus no país é uma questão de tempo.

No México, um comunicado oficial informa que não há casos suspeitos de contaminação até o momento.

Fiscalização

Em Cuba, as autoridades intensificaram a fiscalização sobre os viajantes que chegam nos portos e aeroportos do país. Os cidadãos que chegam da Ásia passam pelo escaner e pelo termômetro digital. Trabalhadores das áreas da saúde, turismo e imigração foram treinados para fazer as triagens e orientar a população. Até o momento, não há casos suspeitos na ilha.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, proibiu, ontem (25), a entrada de pessoas provenientes da Coreia do Sul e da Itália, na tentativa de impedir que o novo coronavírus se espalhe no país.

Em Honduras, na semana passada, foi registrado o primeiro caso suspeito de contaminação pelo novo vírus, mas a doença não foi confirmada.

No Panamá, o Ministério da Saúde, em parceria com o Aeroporto Internacional de Tocumen, habilitou uma área para evacuação temporária de passageiros com sintomas suspeitos da doença.

Na Guatemala, o presidente Alejandro Giammattei declarou alerta sanitário máximo para tentar impedir a entrada do vírus no país.

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