SÃO PAULO – O dólar subiu pela quarta vez consecutiva nesta quinta-feira (20) e bateu máxima histórica nominal de fechamento pela terceira vez seguida. O câmbio terminou o pregão com alta de 0,59% a R$ 4,3909 na compra e a R$ 4,3916 na venda. O dólar futuro para março subiu 0,58% a R$ 4,3915.
A moeda dos Estados Unidos avançou globalmente em meio a dúvidas relacionadas aos números chineses sobre o coronavírus e dados fortes dos EUA, evidenciando uma aversão a risco. O dollar index atingiu máxima desde setembro. A busca por ativos seguros não se limitou à moeda americana. O ouro atingiu seu maior nível em sete anos, com relatos de que mais empresas além da Apple estão sendo impactadas pelo surto do vírus.
No mercado de ações, o Ibovespa acelerou queda à tarde acompanhando o exterior depois de um recuo súbito nos índices americanos no início da tarde. As informações do coronavírus ofuscaram a mudança na política monetária chinesa.
Ontem, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu a taxa de juros do país em 10 pontos-base, de 4,15% para 4,05% ao ano.
Todavia, a Comissão Nacional de Saúde do país informou que mais 114 pessoas morreram no surto, elevando para 2.118 o número de óbitos na China continental, enquanto o número de pacientes contaminados está em 74.576 casos.
O Japão, por sua vez, informou que dois passageiros contaminados no cruzeiro Diamond Princess morreram. A Coreia do Sul confirmou hoje a primeira morte pelo vírus, batizado de Covid-19, no país, informa a agência Yonhap.
O Ibovespa fechou em baixa de 1,66%, aos 114.586 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 25,458 bilhões.
Já entre os juros futuros, o contrato com vencimento em janeiro de 2022 terminou em alta de quatro pontos-base, a 4,72%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 ganhou seis pontos a 5,29%. O DI para janeiro de 2025 subiu 10 pontos-base a 6,07%.
Por aqui, o Banco Central reduziu a alíquota do recolhimento do compulsório sobre depósitos a prazo de 31% para 25%, o que deve acarretar em uma liberação de R$ 49 bilhões a partir de 16 de março.
A outra medida foi o aumento da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo), o que significa uma redução estimada em outros R$ 86 bilhões na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade (High Quality Liquid Assets – HQLA) necessários para o cumprimento do LCR.
Entre os indicadores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,22% em fevereiro na comparação mensal, informou nesta quinta-feira (20) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi o menor para o mês desde o início do Plano Real (1994).
O resultado ficou praticamente em linha com a estimativa de avanço de 0,23%, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de ter avançado 0,71% na medição anterior.
Noticiário corporativo
A Petrobras (PETR3 ; PETR4) registrou um lucro líquido de R$ 40,137 bilhões em 2019, um crescimento de 55,7% sobre o valor registrado em 2018. A cifra também representa o maior lucro nominal da história das empresas de capital aberto, segundo a Economatica.
Apenas no quarto trimestre de 2019, o lucro líquido da estatal ficou em R$ 8,153 bilhões — uma alta de 287,87% sobre o mesmo período do ano anterior. O valor, no entanto, veio abaixo das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam ganho de R$ 11,288 bilhões nos três últimos meses de 2019 para a companhia.
O Ebitda ajustado da companhia (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ficou em R$ 129,249 bilhões em 2019, um aumento de 12,54% sobre 2018.
Maiores altas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
EMBR3 | 3.36134 | 19.68 |
ABEV3 | 0.68196 | 16.24 |
CYRE3 | 0.44643 | 33.75 |
MRVE3 | 0.34331 | 20.46 |
ECOR3 | 0.2862 | 17.52 |
Maiores baixas
Ativo | Variação % | Valor (R$) |
---|---|---|
UGPA3 | -7.71165 | 22.02 |
GOAU4 | -7.39645 | 9.39 |
PCAR4 | -7.0752 | 81.43 |
IRBR3 | -6.054 | 34.45 |
GOLL4 | -4.95186 | 34.55 |
Além da Petrobras, RD (RADL3), Pão de Açúcar (PCAR4), Rede Fleury (FLRY3) e Marfrig (MGFR3) publicaram balanços.
A RD (ex-Raia Drogasil) reportou lucro líquido de R$ 167 milhões no quarto trimestre, um pouco acima das projeções, mas lucrou 7% a mais em 2019, um total de R$ 587 milhões.
O Grupo Pão de Açúcar teve lucro líquido de R$ 836 milhões em 2019, uma queda de 34,89% sobre 2018. A Rede Fleury lucrou R$ 65,2 milhões no quarto trimestre de 2019, uma expansão de 12% sobre igual período de 2018. Já a Ultrapar (UGPA3) reverteu o lucro e tem prejuízo de R$ 266,5 milhões no 4º trimestre.
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