As bolsas de valores da Ásia fecharam em queda forte e os mercados europeus abriram em baixa bem acentuada nesta sexta-feira, refletindo o sell-off de ontem em Wall Street. com o surto do coronavírus avançando pelo mundo, com mais de 82 mil pessoas contaminadas, e elevando o temor de epidemia da Covid-19. O número de casos ultrapassou 2.300 na Coreia do Sul, 600 na Itália e 240 no Irã, enquanto na Alemanha, aumentou de 10 para 32 em 24 horas. Já o Ministério da Saúde diz que Brasil tem 132 suspeitas coronavírus e número deve crescer e estão em andamento análises de mais 213 notificações de possível suspeita da doença. “O Brasil deve chegar a 300 casos suspeitos em breve”, disse o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.
Nos indicadores, o IBGE divulga na manhã de hoje a PNAD de janeiro, que deve mostrar a taxa de desemprego, enquanto nos Estados Unidos será divulgado o índice de preços de janeiro. No noticiário corporativo, destaque para o lançamento do teaser, pela Petrobras, da venda da Gaspetro.
1. Bolsas mundiais
As bolsas de valores da Ásia fecharam hoje em forte queda, refletindo em parte o sell-off de ontem em Wall Street, em parte o avanço do coronavírus. A Coreia do Sul superou 2.300 casos, com mais de 500 pessoas infectadas em 24 horas; na Itália o número de casos ultrapassou 600 pessoas, enquanto na Alemanha, saltou de 10 para 32 em 24 horas.
As bolsas chinesas também registraram forte queda. Em pregões recentes, os mercados do país exibiram relativa firmeza, diante da iniciativa de Pequim de adotar uma série de medidas de estímulo, numa tentativa de amenizar o impacto econômico do coronavírus.
As bolsas europeias têm quedas fortes, com Frankfurt recuando mais de 4% na manhã de hoje. Os futuros de Nova York estão negativos. No Irã, o número de casos chegou a 245, informou a agência de notícias Fars. Nigéria e Nova Zelândia registraram hoje seus primeiros casos do Covid-19.
Ontem, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a possibilidade de o avanço do coronavírus se tornar uma pandemia, mas ponderou que o surto ainda pode ser contido. “Estamos em um ponto decisivo”, afirmou durante entrevista coletiva em Genebra, na Suíça.
No mercado de commodities, o petróleo WTI tem 6ª queda seguida e vai aos US$ 45, na pior semana desde 2011, o que gera especulação de que a Opep pode agir para dar suporte aos preços. Já os futuros de minério de ferro caem pelo quinto dia com coronavírus e recuperação da oferta.
Veja o desempenho dos mercados, às 7h36 (horário de Brasília):
Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), -1,89%
*Nasdaq Futuro (EUA), -2,01%
*Dow Jones Futuro (EUA), -1,91%
Europa
*Dax (Alemanha), -4,18%
*FTSE (Reino Unido), -3,54%
*CAC 40 (França), -3,45%
*FTSE MIB (Itália), -3,31%
Ásia
*Nikkei (Japão), -3,67% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), -3,30% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), -2,42% (fechado)
*Xangai (China), -3,71% (fechado)
*Petróleo WTI, -3,55%, a US$ 45,42 o barril
*Petróleo Brent, -2,84%, a US$ 50,70 o barril
**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam com forte queda de -3,07%, cotados a 616,500 iuanes, equivalentes a US$ 88,28 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 6,9832 (+0,37%)
*Bitcoin, US$ 8.614,29 -2,09%
2. Indicadores
No Brasil, o IBGE divulga às 9h a PNAD, que trará a taxa de desemprego no mês de janeiro. A estimativa é de uma taxa de 11,3%. Já o Banco Central divulgará às 14h os dados do setor público, que deve registrar superávit primário de R$ 54,8 bilhões em janeiro, segundo estimativa mediana de economistas pesquisados pela Bloomberg, depois de déficit de R$ 13,5 bilhões no mês anterior e de superávit de R$ 46,9 bilhões em janeiro de 2019.
Vale destacar ainda que o BC faz leilões de até 20 mil contratos de swap cambial a partir das 9h30 e oferta até 13 mil para rolagem dos vencimentos de 1 de abril a partir das 11h30. O BC ainda fará leilão de linha de até US$ 3 bilhões para rolagem, das 10h20 às 10h25. A atuação ocorre após as medidas da véspera não terem impedido o dólar de testar os R$ 4,50 em meio aos temores com o coronavírus.
Às 10h30, os EUA divulgam dados de rendimentos pessoais de janeiro e de gastos pessoais. Outro indicador importante americano a ser publicado na sexta-feira é o índice de compras (PMI) de Chicago, referente a fevereiro, que será divulgado pelo ISM às 11h45.
Nesta noite, sai na China o PMI manufaturas de fevereiro e economistas, segundo a Bloomberg, estimavam queda de 50 para 45, com o dado passando a indicar contração e podendo atingir menor nível desde crise financeira de 2008.
3. Política
Em sua live semanal na Internet, o presidente Jair Bolsonaro cobrou do Congresso a aprovação das reformas enviadas pelo governo, mas negou que tenha incitado a população a ir às ruas em manifestação contra o Legislativo. Sob críticas de parlamentares e do Judiciário, Bolsonaro é pressionado a aplacar uma crise política que ele mesmo provocou, ao compartilhar vídeos em apoio a uma manifestação contra o Congresso marcada para 15 de março.
Ele pediu “serenidade” e “responsabilidade” e refutou informações de que estaria apoiando atos que teriam, entre as pautas anunciadas, de acordo com as notícias, pedidos de fechamento do Legislativo e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não vi nenhum presidente de Poder falar sobre essa questão do dia 15, que eu estaria estimulando um movimento contra o Congresso e contra o Judiciário, não existe isso. Não falaram porque não existe isso. Agora, nós não podemos nos envenenar com essa mídia podre que nós temos aí, em grande parte, podre que nós temos ai. Eu apelo a todo mundo, serenidade, patriotismo, responsabilidade, verdade. Nós podemos mudar o destino do Brasil. Não vou falar bem do meu governo, você que julga na ponta da linha. Pode ter certeza que, cada vez mais, os chefes de Poderes vão se ajustando, porque a nossa união, são quatro homens, quanto mais ajustados nós tivermos, nós juntos podemos fazer um Brasil melhor para 210 milhões de pessoas”, afirmou.
Sobre a alta do dólar, Bolsonaro diz que não interfere no BC: “no Brasil, o dólar está R$ 4,44 e nós lamentamos, porque isso, mais cedo ou mais tarde, vai influenciar naquilo que nós importamos, até no pão, no trigo”.
4. PIB
O Ministério da Economia deve revisar a projeção de crescimento do PIB até a próxima semana, informa o jornal O Estado de S. Paulo. A revisão ocorre por causa do avanço do surto do coronavírus no mundo, principalmente na China, de onde o Brasil importa grande parte dos produtos manufaturados e peças para a indústria. A falta de componentes industriais vindos da China faz com que fábricas brasileiras, principalmente de eletroeletrônicos, deem férias coletivas e adiem o lançamento de produtos.
Na véspera, o Bank of America reduziu, por conta do coronavírus, pela segunda vez no mês, a projeção de crescimento do Brasil em 2020, que passou de 2,2% para 1,9%. Na quarta, o JP Morgan cortou a estimativa para o PIB brasileiro neste ano de 1,9% para 1,8%.
5. Noticiário corporativo
A Petrobras anunciou na noite de ontem uma série de desinvestimentos, o mais aguardado dos quais é a venda dos 51% restantes que possui de participação na Gaspetro. A estatal publicou o teaser para a venda da sua participação na distribuidora de gás natural, que possui mais de 10 mil quilômetros de gasodutos no Brasil. A Japonesa Mitsui é dona dos 49% restantes na Gaspetro. Em outro negócio, a Neoenergia aprovou a emissão de debêntures no valor de R$ 300 milhões e com vencimentos em 2045.
Já a Vale pediu à Petrobras cessão de navios para eventual vazamento. A mineradora divulgou comunicado sobre incidente com o navio MV Stellar Banner, de propriedade e operado pela empresa sul- coreana Polaris. A embarcação está encalhada a cerca de 100 quilômetros da costa de São Luís (MA), fora do canal de acesso do Terminal Marítimo Ponta da Madeira, de onde partiu na última segunda-feira.
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(Com Agência Brasil, Agência Estado e Bloomberg)
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