SÃO PAULO – O impacto do coronavírus, causador da Covid-19, tem gerado prejuízos bilionários no mercado global. O avanço da doença em todo mundo e a China, epicentro do surto, ainda paralisada por quarentenas e restrições que refletem na diminuição de produção e do consumo, fez com que grandes multinacionais reduzissem suas estimativas de receita para o primeiro trimestre deste ano.
A última a anunciar queda nas projeções, a Microsoft perdeu US$ 62 bilhões em valor de mercado no pregão desta quinta-feira (27), um dia depois de comunicar que não conseguiria atingir as receitas previstas entre US$ 10,75 bilhões e US$ 11,15 bilhões para os seus negócios da linha “More Personal Computing”. O segmento depende diretamente da China, já que é lá que a maioria dos componentes são fabricados.
A Apple, que tem a China como um dos seus maiores mercados, também sentiu o impacto da restrição da oferta e demanda do país. Após fechar todas as suas lojas no país, a gigante fundada por Steve Jobs, afirmou que não iria mais cumprir suas expectativas de receita para o trimestre, o que significou uma perda de US$ 26 bilhões em valor de mercado. A empresa prevê escassez temporária de itens para a produção do iPhone devido ao ritmo mais lento que o esperado das atividades das Foxconn.
Os dispositivos montados no país – por conta da mão de obra barata – são responsáveis pelo abastecimento dos estabelecimentos em mercados estratégicos pra Apple, como Estados Unidos, Europa e a própria China. A suspensão da produção, segundo a Reuters, pode atrasar até o lançamento do novo iPhone.
Para compensar as perdas e conseguir suprir a demanda de novos dispositivos, as fábricas da Foxconn na China têm oferecido bônus apara seus funcionários e abriu novas vagas para aumentar a sua produção.
A Coca-Cola anunciou aos seus investidores que a empresa estima um redução no lucro de até US$ 0,02 centavos por ação no trimestre inicial deste ano. O surto perturbou a cadeia de suprimentos, incluindo o envio de adoçantes artificiais da China – 3º maior mercado da companhia. No pregão seguinte ao anúncio, a Coca-Cola perdeu US$ 6 bilhões em valor de mercado.
Já a Mastercard, além de reduzir suas previsões do primeiro trimestre também cortou as projeções anuais. Citando os impactos do vírus no segmento de viagens e comércio eletrônico, a empresa de cartão de crédito espera que a receita trimestral diminua de 2% a 3% se o surto continuar a crescer no ritmo atual.
“Há muitas incógnitas quanto à duração e gravidade da situação e estamos monitorando de perto”, disse a empresa, acrescentando que atualizaria os investidores novamente em sua apuração de lucros no primeiro trimestre.
A empresa norueguesa de cruzeiros Royal Caribbean International estima uma perda de US$ 0,90 por ação em 2020 por conta do coronavírus. A empresa, que perdeu US$ 1,5 bilhão em valor, cancelou diversas viagens para Ásia e modificou o itinerário na região, acrescentou ainda que o cancelamento de todas as viagens ao continente até abril adicionaria perdas de mais US$ 0,30 na rentabilidade dos seus papéis.
Terceira maior linha aérea dos Estados Unidos, a United Airlines também sentiu o impacto das restrições de viagens para o país mais populoso do mundo. A companhia perdeu US$ 1,2 bilhão em valor de mercado após divulgação de um relatório que revelou “queda de aproximadamente 100% na demanda de curto prazo para a China” e uma queda de 75% na demanda para outras rotas transpacíficas.
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