SÃO PAULO – O noticiário corporativo desta quinta-feira tem como destaque a temporada de balanços, com os números do Banco do Brasil, Suzano, Totvs e Duratex. Já a Petrobras (PETR3 e PETR4) divulgou relatório da auditoria Loudon Blomquist na sua subsidiária E-Petro, que deverá ser incorporada pela estatal. O patrimônio líquido remanescente da E-Petro, segundo a auditoria, é de R$ 39,3 milhões. Confira os destaques:
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 4,625 bilhões no quarto trimestre, 20,3% acima ao registrado em igual período de 2018. Frente o terceiro trimestre, o crescimento foi de 1,8%. No ano, o lucro avançou 32,1%, a R$ 17,8 bilhões em 2019.
O lucro líquido do BB chegou acima das expectativas dos economistas ouvidos pela agência Bloomberg. A carteira de crédito de pessoas físicas do banco estatal cresceu 8,9% em dezembro de 2019, em comparação a igual mês de 2018, para R$ 17,4 bilhões. Já a carteira de crédito ampliada de 2019 teve queda de 2,6% em comparação a 2018, para R$ 680,7 bilhões.
Dentro da carteira ampliada, a carteira de crédito para pessoas jurídicas recuou 10,9% em 2019, em comparação a 2018, para R$ 197,5 bilhões. A carteira para microempresas cresceu 8,5% para R$ 64,5 bilhões em 2019. O BB informou que as despesas administrativas aumentaram 8,7% no quarto trimestre e 11% no terceiro, porque o banco teve que repassar R$ 514 milhões à Cassi, um fundo de seguro-saúde dos funcionários e ex-funcionários do banco. Mas esse efeito foi não recorrente.
A leitura preliminar indica números do quarto trimestre e guidance para 2020 como positivos, destaca o Credit Suisse. “O ponto médio do guidance indica um crescimento do lucro líquido de 9% em 2020. Este patamar representaria uma das melhores performances entre os grandes bancos e também fica bastante alinhado com nossas projeções. A composição da receita ficou acima do esperado com maior contribuição de margem financeira e queda em outras despesas”, afirmam os analistas.
Suzano (SUZB3)
A maior fabricante de papel e celulose do Brasil teve um lucro líquido de R$ 1,175 bilhão no quarto trimestre de 2019, queda de 61% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior. A expectativa dos analistas compilada no consenso Bloomberg era de um lucro de R$ 1,079 bilhão. No ano, a empresa teve prejuízo de R$ 2,815 bilhões, ante R$ 2,736 bilhões previstos.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia foi de R$ 2,465 bilhões nos últimos três meses do ano passado, número 31% menor que o do ano anterior. A expectativa dos analistas era de um Ebitda de R$ 2,511 bilhões.
Por fim, a receita líquida atingiu R$ 7,049 bilhões no último trimestre do ano passado, uma queda de 3% ante os três últimos meses de 2018, mas acima das projeções de R$ 6,498 bilhões de faturamento anual.
O Itaú BBA e o Morgan Stanley comentaram o balanço. Segundo as duas análises, a perspectiva é positiva e a redução dos estoques de celulose foi indicada como um fato benéfico, bem como as sinergias com a Fibria.
Na avaliação do BBA, “a Suzano reportou uma redução dos estoques em cerca de 650 mil toneladas no quarto trimestre, ultrapassando a redução de 450 mil toneladas do trimestre anterior, reduzindo assim em dois terços os estoques no segundo semestre de 2019. A empresa também aumentou para até R$ 1,2 bilhão a economia com as sinergias obtidas com a Fibria, o que potencialmente aumentará o valor das ações SUZB3 em R$ 2,5 bilhões”, projeta o Itaú BBA.
Como lado negativo, o BBA aponta que a relação dívida líquida sobre o EBITDA piorou, de 4,7 vezes no terceiro trimestre para 5 vezes no quarto. “O EBITDA ajustado de R$ 2,6 bilhões (no quarto trimestre) chegou 2% acima da nossa estimativa. A redução dos estoques foi sólida. Como lado negativo, a relação dívida líquida sobre o EBITDA subiu para 5 vezes”, comenta o Morgan Stanley. O banco continua a avaliar o papel como Neutro, com preço-alvo de R$ 42,00. Já o Itaú BBA continua a avaliar a ação SUZB3 com recomendação acima da média (outperform), com preço-alvo de R$ 45,00, 12,4% acima do preço atual de R$ 40,03 na B3.
Guararapes (GUAR3)
A Guararapes, controladora da Riachuelo, fechou um contrato para vender as roupas da marca Carter’s no Brasil pelos próximos dez anos. A Carter’s é uma empresa americana que se especializou na comercialização de roupas infantis.
Totvs (TOTS3)
Fornecedora de soluções de informática para empresas, a Totvs (TOTS3) teve um lucro líquido ajustado de R$ 71,3 milhões no quarto trimestre de 2019 (alta de 107,8% contra o mesmo período de 2018) e de R$ 252,1 milhões em 2019, um crescimento de 83,9% sobre 2018.
O Ebitda da companhia foi de R$ 118,3 milhões no quarto tri e de R$ 469,7 milhões no ano, altas de 51,5% e de 35,4% respectivamente na base anual.
A receita líquida foi de R$ 579,3 milhões nos últimos três meses de 2019, um crescimento de 7,5% sobre o quarto trimestre de 2018.
A Totvs ainda propôs o desdobramento de suas ações de três para uma. A Assembleia Geral Extraordinária para decidir sobre a mudança está marcada para o dia 27 de abril.
O Banco Itaú BBA avaliou como positivos os resultados publicados ontem à noite pela Totvs, empresa de software e informática. O BBA manteve a nota outperform (acima da média) para o papel, ressaltando que os resultados da Totvs vieram acima das expectativas e deverão ser incorporados em novo preço-alvo para a ação.
No pregão de ontem da B3, a TOTS3 foi negociada a R$ 75,21. “O EBITDA cresceu 20,4% em 2019, acima das nossas expectativas, enquanto houve redução do endividamento maior que a projetada, refletindo a queda da inadimplência entre os clientes e a melhora no mix da receita”, avalia o BBI. Como ponto negativo, o BBA indica que os gastos com marketing e vendas cresceram 12,5% em 2019, acima da projeção do banco, que era de 8,5%.
Moura Dubeux (MDNE3)
A construtora Moura Dubeux estreia hoje na B3, sendo a segunda companhia do setor a entrar na B3 neste ano – após a Mitre.
A companhia movimentou R$ 1,25 bilhão com sua oferta inicial de ações e teve os papéis precificados em R$ 19,00 cada. O dinheiro captado com a será direcionado aos cofres da companhia e deverá ser usado para zerar dívidas.
A Priner, que presta serviços para companhias de petróleo, gás e mineração, fixa hoje preço por ação, em uma das menores aberturas de capital já registradas no país. Oferta pode movimentar até R$ 384 mi. A faixa indicativa será entre R$ 10 e R$ 13 por papel.
Duratex (DTEX3)
Fabricante de painéis, louças e metais sanitários, a Duratex (DTEX3) teve um lucro recorrente no quarto trimestre de R$ 157,8 milhões, Ebitda ajustado de R$ 278,3 milhões (contra projeções de R$ 279,5 milhões) e receita líquida de R$ 1,49 bilhão. A expectativa dos analistas era que a empresa tivesse uma receita de R$ 1,39 bilhão no período.
Em todo o ano de 2019, a receita da Duratex foi de R$ 5,01 bilhões e o lucro de R$ 405,6 milhões.
Banco Inter (BIDI4)
O Banco Inter informou na noite de ontem seus dados financeiros de 2019. O Inter comunicou que teve lucro líquido de R$ 81,6 milhões no ano passado, uma expansão de 16,4% sobre 2018. O banco também comunicou que seu número de clientes avançou de 1,4 milhão em 2018 para 4 milhões de pessoas no final de 2019. A receita da instituição cresceu de R$ 630 milhões em 2018 para R$ 821 milhões em 2019. No ano passado, o Inter realizou um aumento de capital fazendo uma oferta pública de ações na B3. O capital do banco passou de R$ 512 milhões em 2018 para R$ 1,2 bilhão em 2019.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras incorporará o patrimônio líquido remanescente da sua subsidiária E-Petro – Petrobras Negócios Eletrônicos S.A., que foi avaliado em R$ 39,3 milhões pela auditoria contábil Loudon Blomquist. A petrolífera publicou ontem o relatório dos auditores na página da CVM.
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