SÃO PAULO – O SoftBank divulgou que teve uma queda de 99% no lucro do último trimestre de 2019. Mesmo assim, as ações listadas na Bolsa saltam 12% nesta quarta-feira (12).
O conglomerado japonês obteve uma receita de 2,59 bilhões de ienes (cerca de US$ 23,6 milhões) no último trimestre de 2019, o que representa uma queda de 99% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Vision Fund, um dos fundos mais famosos do SoftBank, foi um dos principais responsáveis por essa brusca queda nos lucros do banco – o fundo relatou uma perda operacional de quase 225 bilhões de ienes (cerca de US$ 2 bilhões) no trimestre.
Segundo analistas consultados pelo Business Insider, grande parte desse prejuízo é oriundo de resultados financeiros ruins de algumas das empresas em que o fundo investe – como a Uber – e por conta dos cancelamentos consecutivos de IPO da WeWork ainda em 2019, o que culminou em um aporte emergencial do banco para que a startup de compartilhamento de escritórios continuasse operando.
O Vision Fund é um fundo conhecido por acreditar e investir muito capital em empresas novas, tecnológicas e consideradas disruptivas, assim como fez com Uber, WeWork e Rappi, por exemplo.
Masayoshi Son, fundador e CEO do SoftBank, confirmou na apresentação de resultados o recente fraco desempenho do fundo.
Boas notícias ofuscaram resultado negativo
No entanto, tal mudança no balanço do SoftBank não abalou muito os investidores. Os acionistas se preocuparam mais com uma decisão de um juiz de Nova York a favor da fusão da Sprint, empresa de telecomunicação, com a T-Mobile na terça-feira (11), abrindo caminho para o fechamento do negócio após quase dois anos de desafios e entraves regulatórios.
Com a fusão das duas gigantes da comunicação, as ações do banco chegaram a subir mais de 10%, aumentando ao valor de mercado do SoftBank em cerca de US$ 10 bilhões.
No fechamento do mercado de ontem, os papéis do banco japonês registraram uma alta de 11,89% na Bolsa de Tóquio, cotados a 5.751 ienes (cerca de US$ 52), moeda oficial do Japão.
Já as ações da operadora de telefonia móvel dispararam 78% com as notícias referentes ao acordo. Como o SoftBank possui quase 85% da Sprint, o banco faturou mais de US$ 12 bilhões com a alta dos papéis.
Alguns analistas, porém, acreditam que o resultado do Vision Fund não deve ser ofuscado pela fusão e precisam ser levados mais a sério, pois representam uma fragilidade na estratégia de investimento do fundo.
“A Sprint tem sido uma grande distração para o SoftBank desde 2012”, disse Atul Goyal, analista do Jefferies Group, banco de investimento americano, ao CNN Business, acrescentando que a fusão e todos os anos que Son passou tentando realizar a fusão da Sprint “trouxeram pouco em termos de resultados efetivos”.
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