quarta-feira, 11 de março de 2020

Meu conselho aos “novos CPFs da Bolsa”: lembrem que a retomada pode ser tão forte quanto a queda

Depois de um longo período de alta, a Bolsa brasileira tomou um tombo considerável, e a turbulência voltou a tomar conta dos mercados, aqui e no exterior.

O vaivém dos mercados nos últimos dias, aqui e no exterior, é consequência de uma crise grave. O surto do coronavírus é algo que deve ser encarado com seriedade e preocupação, seja pela facilidade de transmissão, seja pelas implicações econômicas do combate obrigatório à sua propagação.

O baque sofrido pelas indústrias de turismo e aviação comercial, para citar apenas alguns exemplos, além das dificuldades do comércio internacional (que já vinha enfrentando desafios), estão entre as consequências disso.

Mas é bom lembrar que o mercado de capitais, no Brasil e no mundo, já viveu momentos como esse. A história mostra que a tendência é que se comportem como uma “curva em V”: caem rápido e voltam na mesma velocidade. A recuperação pode vir com a recuperação da atividade e em razão da atuação de governos e bancos centrais (como estamos vendo agora).

Essa é a primeira crise enfrentada por milhares de brasileiros que passaram a investir em ações recentemente, empurrados para a renda variável por causa da queda dos juros ou atraídos pela valorização da Bolsa.

Estão aprendendo pelo caminho sinuoso que a estrada pode ser bonita e também é perigosa. Sei que muitos estão se comportando com serenidade, mas temo que alguns tomem atitudes precipitadas e irreversíveis.

Minha recomendação, em especial aos “novos CPFs da Bolsa”, é que tenham resiliência, calma e prudência. E olhem para o momento como uma excelente oportunidade. Comprem mais se puderem. A história diz que a chance de ser bem sucedido é enorme.

Meu melhor investimento em mais de 30 anos de mercado foi feito no meio de período muito complicado da nossa história. Quando o governo inventou o Plano Cruzado, em 1986, uma tentativa frustrada de combater a hiperinflação via congelamento de preços, muitos analistas acharam que os bancos brasileiros iriam quebrar, porque não conseguiriam se manter sem as receitas geradas pelo giro inflacionário.

Pensei: “Nunca vi país sem banco e, portanto, alguns vão sobreviver”.

Obviamente, os preços das ações dos bancos estavam muito baixos. A estratégia passou a ser analisar para encontrar instituições que tivessem condições de enfrentar os problemas e ganhar dinheiro no futuro.

Depois de descartar os bancos Nacional e Econômico — que acabaram quebrando mais tarde –, comprei ações do Unibanco. Elas valorizaram 70% ao ano, em dólares, até 2008 (quando o Itaú se fundiu ao Unibanco no meio de outra grave crise, mas essa é outra história…).

Boa sorte a todos.

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