quinta-feira, 30 de abril de 2020

E por falar em China…

Nos últimos meses, a China tem estado cada vez mais nos holofotes do mundo. Primeiro, uma guerra comercial travada com os EUA, onde na pior das hipóteses, ninguem sairia ganhando. A tal guerra parece ter dado “trégua”, principalmente com a chegada do próximo inimigo, dessa vez comum a todos, o já tão falado Coronavírus. Mas não é sobre isso que falaremos hoje. O assunto agora é a moeda digital chinesa. Após vários meses de especulação, começam a circular imagens de uma suposta carteira dessa moeda digital chinesa. O projeto ficou conhecido pelo mundo como DCEP – Digital Currency / Electronic Payment, ou Moeda Digital / Meio de Pagamento Eletrônico.

Qual a diferença entre uma moeda digital emitida por um governo e as moedas fiduciárias, os Dólares, Euros e Reais, que dispomos hoje?

Enquanto estes lançamentos de moedas oficiais emitidas pelos países ainda não acontecem, temos as stablecoins sendo livremente transacionadas e negociadas. Poderia ser esta uma solução viável? Como ficam o Bitcoin e as criptomoedas nesta história?

CBDC, a moeda dos Bancos Centrais

Vantagens para os países:

  • elimina o dinheiro em espécie, tornando toda transação rastreável;
  • facilita a implementação de taxa de juros negativas;

O sonho de todo governo é ter total controle sobre o fluxo de valores, com a justificativa do combate à sonegação e crimes financeiros. Isto não impede que se busque artifícios como empresas fantasmas, notas fiscais fraudulentas ou a utilização de outros bens como joias, obras de arte, imóveis e tantos outros meios.

Quem sempre acaba pagando a conta é o cidadão comum, pois este não dispõe dos recursos, ou conhecimento técnico suficiente para buscar brechas legais. São estas pessoas que acabam tendo sua privacidade invadida, e mais importante, ficam sem alternativas de investimento viáveis.

O blockchain nesta história

Pode parecer contraintuitivo, mas o blockchain não confere nenhum tipo de vantagem para estas moedas digitais emitidas por governos. De que adianta transparência e mineradores trabalhando para validar transações, se o emissor pode, a seu critério, cancelar, bloquear ou emitir novas moedas?

Tão logo um endereço no blockchain seja identificado como de uma entidade contrária ao governo, por exemplo, um sonegador, traficante ou alguém considerado criminoso, suas moedas vão ser prontamente confiscadas.

Da mesma forma, vão continuar existindo as fraudes nos bancos, inflando o balanço com recebíveis fictícios, ativos superavaliados e outras manobras contábeis. O blockchain tampouco impede os desvios bilionários que ocorrem nas empresas controladas pelo governo e licitações.

Stablecoins, a solução disponível

Embora não funcione como moeda fiduciária, por não contar com curso forçado, aos poucos alguns modelos regulados e competentes vêm ganhando espaço não só na negociação dentro das exchanges, mas também no mundo real.

Esta solução atende bem o vendedor do e-commerce que não deseja exposição em Bitcoin ou outras criptomoedas, pois tem custos fixos e variáveis em Dólares ou Yuans.

Desta forma elimina-se o risco de chargeback, o famigerado estorno dos cartões, além de taxas exorbitantes cobradas pelos bancos nas operações de câmbio entre moedas.

De qualquer maneira, as stablecoins padecem do mesmo problema das moedas emitidas por governos: existe o risco de confisco ou bloqueios judiciais, além das incertezas causadas pelo ambiente de expansão monetária do Federal Reserve e o políticas de juros reais negativos.

Impacto no Bitcoin e criptomoedas

A única forma que os governos podem tirar valor do Bitcoin é criando uma alternativa que funcione melhor como armazenamento de valor e ao mesmo diminua o risco de intervenções causadas por vontade política ou a economia de uma única região.

A quantidade de Dólares necessários para se adquirir um apartamento numa grande metrópole ao redor do mundo aumentou consideravelmente nos últimos quinze ou vinte anos. O valor do plano de saúde, alimentação, educação e serviços subiu de forma exponencial, não importa se você mora nos EUA, Brasil, Inglaterra ou Rússia.

Poder de compra do Dólar norte-americano – fonte: HowMuch

O gráfico acima é assustador, mas é real. Se o Dólar perdeu completamente o poder de compra ao longo de 100 anos, imagine as demais moedas?

O Bitcoin nasceu justamente para tirar o poder de alguma entidade imprimir mais moeda, além de dar iguais condições para todos os participantes na  mineração e até mesmo nas decisões do dia-a-dia, por exemplo o aumento no tamanho dos blocos.

Quer entender como funciona a mineração do Bitcoin? Neste outro artigo explicamos a o que é o blockchain e sua importância para as moedas digitais.


Sugestão: cadastre-se na BitcoinTrade e aproveite para construir uma carteira de investimentos diversificada neste momento de incerteza. Comece pequeno, mas ao menos experimente as vantagens das criptomoedas.

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