Startups e fintechs no Brasil levam inovações a diversos segmentos da economia e crescem de forma rápida. O cenário é um terreno fértil para o venture capital, que pode ser uma alternativa de investimento lucrativa em um cenário de juros baixos.
Por meio de fundos de investimento, o também chamado capital empreendedor aplica dinheiro em empresas que têm grande potencial de crescimento.
Continue a leitura para saber mais sobre como funciona essa aplicação financeira!
Afinal, o que é venture capital?
O venture capital é uma aplicação feita por meio de fundos de investimento em participações (FIPs), regulados e supervisionados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esses fundos investem em empresas de médio porte, a exemplo de startups e fintechs em desenvolvimento, que já faturam alguns milhões. Em troca, se tornam sócios da companhia.
Como os fundos têm uma fatia da empresa e assumem o risco da operação, o investimento não é passivo. Ao longo do período de investimento, os sócios buscam agregar valor à empresa, principalmente em sua estratégia e gestão. Por isso, a aplicação também é conhecida como capital inteligente (smart money).
Essa ajuda pode acontecer na forma de novas injeções de capital, relacionamento com fornecedores e compradores e criação de uma política de governança corporativa.
O dinheiro dos FIPs provêm de recursos próprios e de terceiros. Alguns exemplos são:
- fundos de pensão;
- gestoras de fortunas (family offices);
- agências de desenvolvimento e fomento de novos negócios;
- investidores qualificados.
O venture capital surgiu nos Estados Unidos, país no qual o mercado financeiro é mais desenvolvido e oferece mais opções de aplicações a quem investe. Uma das características que impulsionou a modalidade foi o domínio de fortunas individuais e de famílias no início do século XIX, como a dos Rockefellers. Com uma carteira ampla de investimento, as famílias viam o capital empreendedor como uma forma de potencializar lucros.
Em mercados em desenvolvimento, como o do Brasil, o venture capital é uma forma de acesso para empresas que ainda não obtêm crédito via bancos. Mesmo as que conseguiriam o crédito bancário podem preferir o venture capital devido à flexibilidade de condições e ao custo menor.
Venture capital × private equity: quais são as semelhanças e diferenças?
O venture capital e o private equity têm o mesmo objetivo: buscam acelerar o desenvolvimento de empresas nas quais investem. A diferença entre as duas modalidades de investimento é basicamente o estágio de maturidade da empresa na qual investem.
O private equity costuma aplicar dinheiro em organizações consolidadas. O objetivo é prepará-las para abrir capital, fundirem-se a outras empresas ou serem adquiridas.
Já o venture capital tem foco nas empresas que já faturam bem, mas ainda estão em fase de crescimento e desenvolvimento. Ou seja, é uma etapa anterior à do private equity e posterior à de empresas que acabam de abrir um negócio.
Em ambas as modalidades, cada fundo segue uma estratégia própria. Por exemplo, há os que:
- exigem o controle acionário da empresa;
- buscam participações minoritárias;
- recuperam empresas com dificuldades financeiras.
Outros podem ter tanto uma estratégia de private equity quanto também uma de venture capital.
Como funciona o venture capital?
Como busca desenvolver as empresas investidas no fundo, o capital empreendedor trabalha com prazos médios ou longos de investimentos.
O processo pode ser dividido entre investimento, monitoramento (no qual o fundo acompanha o desempenho da empresa e auxilia na sua estratégia) e desinvestimento.
Depois de captar recursos, o fundo instaura um processo de análise. Primeiro, verifica toda a documentação da empresa e as informações sobre o modelo de negócios, por exemplo, equipe, balanços e diferenciais competitivos. Na sequência, escolhe as mais promissoras e adequadas à sua estratégia.
O valor da empresa então é precificado e negociado entre fundo e empresa. O fundo realiza uma auditoria para investigar se existem questões societárias, contratos e eventuais dívidas que podem ter impacto no negócio. Caso a empresa seja aprovada nesse pente-fino, o dinheiro é investido.
Na fase de desinvestimento, o fundo pode sair do negócio após:
- venda da empresa a concorrentes;
- recompra da participação do fundo pela empresa investida;
- venda da participação para outros fundos;
- abertura de capital da empresa.
Os fundos têm duração preestabelecida em regulamento, que pode chegar a dez anos. Atingido esse prazo, os fundos se desfazem de suas participações nas empresas investidas e devolvem o dinheiro aos cotistas que investiram. Antes disso, pode surgir uma oportunidade de vender a participação na empresa, a exemplo de uma eventual aquisição.
O que as pessoas que investem buscam no venture capital?
O venture capital é uma alternativa de diversificação de investimentos que permite aumentar a lucratividade da carteira em prazos mais curtos.
Outra característica que chama atenção de quem investe é contribuir para o crescimento de empresas, em geral inovadoras, que possam ter grande impacto na sociedade.
Portanto, a aplicação é destinada a perfis arrojados, que têm a maior parte da carteira investida em renda variável e na bolsa de valores.
Vale a pena investir em fundos de venture capital?
O sucesso do investimento do fundo de venture capital dependerá do uso correto de recursos, de uma estratégia adequada e da receptividade dos gestores. Portanto, essa modalidade exige um pensamento de longo prazo de quem aplica. Como recompensa, pode gerar retornos maiores que os das ações.
Por conta dessas características, a modalidade venture capital é destinada majoritariamente aos chamados investidores institucionais, a exemplo de fundos de pensão e seguradoras. Contudo, Pessoas Físicas também podem ter acesso a ela. Isso é feito por meio de fundos de fundos (FOFs) e dos chamados family offices — as gestoras de grandes fortunas que mencionamos.
O risco de investir em venture capital é superior, apesar de calculado, e o prazo para venda da participação é de, no mínimo, dois anos. Por isso, a barreira para entrar na modalidade é mais alta. Geralmente, é destinada a investidores qualificados. Ou seja, quem tem mais de R$ 1 milhão para investir.
Agora que você conhece o venture capital e sabe que pode ser uma alternativa arrojada e lucrativa, veja outros tipos de fundos de investimento.
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