Que mês, pessoal! Nem os mais pessimistas poderiam prever que, em um período tão curto, o mundo inteiro entraria em uma guerra contra um inimigo comum e invisível, as bolsas perderiam 30, 40, 50% de valor em relação às suas máximas históricas e que 1/3 da população mundial seria obrigado a desacelerar, trabalhando de casa e mantendo distanciamento social. O que vivemos – e ainda estamos vivendo – é de fato histórico. No futuro, vamos ler sobre esses dias em diversos livros de economia, saúde, geografia e história, é claro.
Por outro lado, nem os mais otimistas esperavam a recuperação dos mercados acionários após queda de 30%, a mais rápida já registrada na história do S&P500 nos EUA. No entanto, o anúncio do pacote econômico dos EUA na ordem de 2 trilhões de dólares estancou parte da sangria, resultando numa alta de 20% em apenas três dias. O cenário de guerra causado pelo vírus derrubou o petróleo, platina, ouro, moedas emergentes, e também o Bitcoin.
Dólar como ativo de segurança
Ao contrário do que se imaginava, nem mesmo o ouro funcionou como proteção, uma vez que os investidores se viram obrigados a vender o ativo para cobrir margem ou arcar com prejuízos em outras operações. Após atingir uma queda de 8%, o ouro conseguiu terminar o mês zerado, em torno de 1.590 dólares.
Nem mesmo o pior dado registrado na história de pedidos de auxílio desemprego nos EUA de 3,3 milhões de pessoas foi suficiente pra derrubar os mercados acionários. Afinal de contas, somando-se as potências do G20 – grupo dos 20 países mais poderosos – os pacotes totalizam 5 trilhões de dólares.
Notícias do mundo cripto:
Stablecoins: Matéria na Coindesk questiona a viabilidade da indústria de stablecoins, cuja principal fonte de renda são os rendimentos da renda fixa, que no momento estão próximos de zero.
Rússia: Anunciou intenção de criar um sandbox regulatório para FinTechs, que irá incluir empresas na área de blockchain. Serão afrouxadas exigências de capital e limitações para operações de câmbio.
Índia: Suprema Corte declarou legal a posse e trading de criptomoedas no país. Banco Central manteve decisão proibindo bancos regulados de realizarem intermediação ou custódia de criptos.
BAKKT: Bolsa de negociação regulada de criptomoedas nos EUA levantou 300 milhões de dólares em nova rodada de investimento com ICE, Microsoft e outros.
Bitcoin (BTC): Hashrate, poder de mineração, caiu 30% até 20 de março, mas recuperou 5% da perda no final do mês. A rede se ajustou por conta disto, reduzindo a dificuldade de mineração em 16%.
Bitcoin (BTC): Lightning Labs, um dos desenvolvedores da Lightning Network, anunciou criação do protocolo de autenticação LSAT, que permite micro-cobranças pelo uso de APIs.
Ethereum (ETH): Vitalik Buterin anunciou tornado.cash, que consegue ocultar endereço de recebimento para utilizadores de ENS, espécie de “domínio” que fica associado à um endereço na blockchain Ethereum.
Ethereum (ETH): Mineradoras ASICs Antminer E3 voltam a ser rentáveis após atualização do software pela fabricante Bitmain. O modelo havia sido lançado em abril de 2018.
Bitcoin Cash (BCH): Lançou token Tether em sua própria rede, no padrão SLP.
Litecoin (LTC): Atualizou Litewallet, carteira oficial da moeda para Android e iOS, corrigindo alguns erros.
Ripple (XRP): Volume de negociação na moeda das Filipinas através do produto On Demand Liquidity (ODL) atingiu níveis recorde, superando 5,5 milhões de dólares em um único dia.
EOS (EOS): Block.one, empresa que realizou o ICO de EOS, adquiriu equipe da extinta produtora de blocos EOS NYC.
EOS (EOS): Todos os 21 produtores de blocos completaram o upgrade para a versão EOS VM, supostamente capaz de acelerar a execução de smart contracts em até 12x
Além das Criptomoedas
Bolsas pelo mundo
Após ceder 34% ante o pico no final de fevereiro, as ações do S&P500 nos EUA recuperaram-se parcialmente, encerrando em 2.585 pontos, queda de 12%. Movimento similar ocorreu no FTSE 100 da Inglaterra, que recuou 15% no mês.
O mercado aposta no impacto dos pacotes de estímulo anunciado pelos Bancos Centrais, embora a maioria das grandes nações continue severamente impactada pelo lockdown. A expectativa dos mercados é que as empresas se beneficiem do ambiente de queda de juros e aumento de liquidez, embora alguns setores como aviação, varejo não-alimentício e petróleo tenham sofrido bastante.
Quem se deu bem:
Seegene (096530 Coreia) subiu 200% após desenvolver equipamentos para teste rápido do vírus.
HelloFresh (ETR Alemanha) subiu 37% com demanda maior para entrega de alimentos
Citrix Systems (CTXS EUA) subiu 36%, enquanto Zoom Video (ZM EUA) teve alta de 39%, com aumento na demanda de sistemas para home office
Quem se deu mal:
Lojas Marisa (AMAR3): cedeu 66%, enquanto Guararapes (GUAR3) caiu 60% com fechamento de lojas e fábricas
AZUL (AZUL4) cedeu 60%, enquanto Carnival (CCL US) caiu 60%, por conta da redução nas viagens e cruzeiros
Bitcoin tem 2º maior ajuste de dificuldade na história
Uma das grandes invenções de Satoshi Nakamoto foi o ajuste de dificuldade automático na mineração de Bitcoin a cada 2.016 blocos. Pode parecer algo simples ou até mesmo óbvio, porém a verdade é que mineração de criptomoedas envolve mais sorte do que qualquer outra coisa.
As chances de acertar na Mega Sena, sozinho, são infinitamente maiores do que encontrar a solução do algoritmo SHA-256 do Bitcoin. Por este motivo, mesmo com milhares de máquinas ASICs tentando encontrar a solução, o processo pode levar entre alguns segundos e algumas poucas horas.
A beleza do mecanismo de ajuste é que o intervalo médio de 10 minutos entre os blocos é feito de forma automática. Quanto mais espaçado o tempo entre os blocos serem encontrados, maior será a redução da dificuldade no próximo ajuste, e vice-versa no caso de blocos sendo encontrados mais rapidamente.
Banco Central coloca sistema PIX em consulta pública
O Banco Central do Brasil colocou em consulta pública até 18 de maio as regras do novo sistema de pagamentos que permitirá envios e recebimento instantâneo de valores 24hs por dia, 7 dias por semana.
A idéia é iniciar os testes em bancos com mais de 500 mil clientes, enquanto a previsão de início está agendada para novembro. O sistema PIX contará com códigos QR e permitirá a integração de FinTechs, as startups financeiras, ao Sistema Financeiro Nacional.
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