A Petrobras divulgou internamente uma carta aos seus funcionários para dar alguns detalhes das novas medidas de resiliência, anunciadas nesta quarta-feira, 1º de abril, e também para informar que outras medidas poderão vir pela frente, dependendo do desenrolar do cenário de crise.
“É a pior crise nos últimos 100 anos. Ainda que as consequências sejam imprevisíveis, elas já estão ocorrendo – e são drásticas”, afirma a empresa, acrescentando que pela primeira vez na história houve, simultaneamente, uma queda brusca da demanda mundial associada à alta da produção, o que tem contribuído para derrubar o preço do petróleo.
Segundo a empresa, a crise não será passageira e poderá afetar o futuro. Em resposta, pretende “agir rápido”.
Nesta quarta, foi a segunda vez que a Petrobras anunciou cortes de produção. O primeiro comunicado foi feito no dia 26, quando informou a redução da produção de petróleo de 100 mil barris por dia. Agora ampliou para 200 mil barris por dia e ainda vai reduzir o ritmo de suas refinarias.
A estimativa é que o consumo de combustíveis no Brasil caia à metade nos próximos meses. “Vamos continuar monitorando o cenário de forma a garantir que a Petrobras continue fornecendo a energia que contribui para movimentar a nossa sociedade. Se for preciso, tomaremos outras medidas para garantir a continuidade de nossos negócios”, afirma.
Além dos cortes de produção, foi detalhada na carta aos funcionários a postergação das remunerações mensais do pessoal com função gratificada e as mudanças nos turnos de trabalho para quem não faz parte do contingente de manutenção da operação.
Para os consultores masters, a retenção será de 30%; para os gerentes, assistentes e consultores sêniores, será de 25%; para os gerentes setoriais, coordenadores e consultores, de 20%; para os assessores, de 20%; e para os supervisores, de 10%.
Na semana passada, a Petrobras já sido anunciado a postergação da remuneração de 30% do presidente, diretoria, gerentes executivos e gerais e conselheiros de administração.
Nesta quarta, foram informadas também mudanças nos turnos de trabalho para aqueles que não estão na operação produtiva. De abril a junho, a carga diária cai de 8 horas para 6 horas, e o salário, 25%.
“Temos confiança de que vamos superar esse momento de incerteza”, conclui a empresa, destacando já ter superado outros períodos de dificuldade.
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