SÃO PAULO – Em meio a um fim de semana bastante tenso nos mercados, os investidores terão novos motivos para manter a cautela nos próximos dias. Sem muita perspectiva de alívio, o câmbio também tem chamado cada vez mais atenção, com o dólar em sua máxima histórica ante o real.
A semana já começa com um grande evento. Na segunda-feira (6) ocorre a reunião da Opep+, que irá debater uma proposta de cortar a produção coletiva do grupo em pelo menos 6 milhões de barris por dia (bpd), em resposta aos efeitos da pandemia de coronavírus no mercado da commodity, segundo fontes da Dow Jones Newswires.
As mesmas fontes disseram que os russos provavelmente não concordarão com a redução se os Estados Unidos não aceitarem participar da iniciativa. A Opep+, por esse motivo, considera a possibilidade de convidar produtores dos EUA e Canadá para a teleconferência.
Nos últimos dias o presidente americano Donald Trump escreveu no Twitter que falou com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman e, após a conversa, esperava que russos e sauditas cortassem em até 15 milhões de barris por dia na produção de petróleo. Contudo, a Rússia negou que tenha mantido conversas com a Arábia Saudita.
Indicadores econômicos
A semana também terá diversos dados econômicos importantes. Por aqui, o principal será o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na quinta-feira (9).
De acordo com dados compilados pela Bloomberg, a estimativa é que o dado recue de 0,25% para 0,11% no último mês. Caso este número se confirme, deverá reforçar a visão dos especialistas de um novo corte na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Na semana ainda saem os dados de varejo, serviços e IBC-Br (considerado uma prévia do PIB), mas todos ainda anteriores ao início das quarentenas no Brasil.
Além disso, será importante acompanhar possíveis novas medidas do governo contra a crise. Os investidores também ficarão atentos às falas do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a elevar o tom contra o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aumentando as dúvidas sobre a continuidade de seu trabalho no governo.
No exterior, a ata do Fomc ganha atenção especial por ser de uma reunião ocorrida de forma extraordinária, apesar de ter acontecido antes dos recentes dados piores que o esperado sobre o emprego.
Ainda nos EUA, saem os números de inflação, com economistas estimando deflação mensal tanto para o CPI quanto para o PPI, segundo dados da Bloomberg.
PPIs na China e Japão também têm estimativas de números negativos e devem dar mais clareza sobre o impacto que o surto do novo coronavírus está causando na região.
Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.
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