SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado nesta segunda-feira (17). O destaque fica para a temporada de balanços, com os números de Magazine Luiza, Cosan e Biosev, enquanto o Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou que a B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, aprovou a admissão do GPA no segmento especial de listagem Novo Mercado. Já a Triunfo Participações (TPIS3) comunicou ao mercado que seu plano de recuperação judicial para a sua subsidiária que controla o Aeroporto de Viracopos (SP) foi aprovado pela assembleia dos credores.
Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza registrou um lucro líquido ajustado de R$ 185,3 milhões no quarto trimestre de 2019, uma leve queda de 0,5% na comparação com igual período do ano passado. Apesar da queda, o resultado foi acima da maior estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro entre R$ 133 milhões e R$ 153 milhões. Já no acumulado do ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 552,1 milhões, queda de 6,4% frente os R$ 589,6 milhões de 2018.
Sem contar os ajustes, o lucro líquido no trimestre foi de R$ 168 milhões, queda de 11,4% na base de comparação anual, e de R$ 921,8 milhões em 2019, um avanço de 54,3%.
A receita líquida somou R$ 6,385 bilhões no quarto trimestre, avanço de 38,5% na base de comparação com os últimos três meses de 2018, e com uma alta de 27,6% na comparação ano-a-ano, totalizando R$ 19,88 bilhões em 2019.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado passou de R$ 348,2 milhões entre outubro e dezembro de 2018 para R$ 394,5 milhões em igual período de 2019, um avanço de 13,3%; no ano, o Ebitda foi de R$ 1,303 bilhão, avanço de 5,7%. A margem Ebitda (Ebitda/receita líquida) ajustada, por sua vez, teve baixa de 1,4 ponto percentual na base de comparação anual no trimestre, a 6,2%, enquanto que no ano a queda foi de 1,3 ponto, a 6,6%.
A varejista ainda destacou em seu release de resultados que, nos últimos 12 meses, a posição de caixa líquido ajustado aumentou de R$ 2,2 bilhões em dezembro de 2018 para R$ 6,3 bilhões em dezembro de 2019, incluindo os recursos da oferta de ações no montante de R$ 4,3 bilhões. A empresa encerrou o quarto trimestre de 2019 com uma posição total de caixa de R$ 7,1 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 4,7 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 2,4 bilhões. Veja mais clicando aqui.
O Itaú BBA aponta que, à primeira vista, os resultados foram acima das expectativas, com crescimento das vendas nas mesmas lojas de 12,6% acima da expectativa de 9,5% dos analistas do banco mesmo com a forte base de comparação com o quarto trimestre de 2018. O crescimento do volume bruto de mercadorias (GMV) online do quarto trimestre foi de 92,8%, acima dos 83,7% esperados pelos analistas, enquanto a margem Ebitda foi em linha.
O Magazine Luiza comunicou ainda na manhã de hoje que concluiu a aquisição da Estante Virtual, um dos maiores sebos digitais de livros no Brasil. Fundada em 2005, a Estante virtual tem mais de 20 milhões de livros. A empresa no início vendia apenas livros usados, mas atualmente também comercializa livros novos. O Magazine Luiza informou que em breve o app da loja oferecerá acesso à Estante Virtual.
Cosan (CSAN3)
A Cosan apurou lucro líquido de R$ 792,5 milhões no quarto trimestre de 2019, número 40,3% menor que os R$ 1,327 bilhão de um ano antes. No acumulado do ano passado, a companhia teve lucro de R$ 2,425 bilhões, avanço de 46,8% ante 2018. A companhia divulgou ainda o lucro ajustado, que no trimestre ficou em R$ 392 milhões, recuo de 46,3%. No ano, ficou em R$ 1,593 bilhão, alta de 23,5%.
A companhia apresentou também o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos critérios reportado e ajustado. No primeiro, o número ficou em R$ 2,099 bilhões entre outubro e dezembro, queda de 6,2% na comparação anual. Em 2019, o indicador ficou em R$ 7,157 bilhões, alta de 38,4%.
No critério ajustado, o Ebitda do quarto trimestre ficou em R$ 1,372 bilhão, queda de 7,5%. No ano, o valor foi de R$ 5,626 bilhões, crescimento de 11,5%.
Os ajustes excluem efeitos de resultados não realizados na Raízen Combustíveis e Raízen Energia, além de baixa de ativos e encerramento de disputas judiciais na Comgás, e outros efeitos pontuais.
O Banco Morgan Stanley avaliou como “fortes” os resultados do quarto trimestre do ano passado e de 2019 inteiro divulgados na sexta-feira pela holding Cosan. A avaliação do banco é que “houve uma importante recuperação nas margens na distribuição de combustíveis no quarto trimestre, que deveria mais do que compensar o fraco guidance para 2020” no ramo de etanol e gasolina.
O Morgan Stanley também considerou “muito fortes” os resultados da Comgás, Companhia de Gás de São Paulo.”O guidance para 2020 para a Raizen Brasil e Raizen Argentina ficou um pouco abaixo da nossa expectativa”, comentou o banco. A receita líquida da holding Cosan foi de R$ 19,4 bilhões no quarto trimestre de 2019, 3% acima da projeção do Morgan Stanley e 13% superior a igual período de 2018. O Ebitda foi de R$ 1,3 bilhão, 20% superior à projeção do banco, embora inferior em 7% a igual período de 2018. Já o lucro líquido foi de R$ 392 milhões no quarto trimestre de 2019, 17% menor que o projetado pelo banco e 70% menor que em igual período de 2018.
BRF (BRFS3)
A BRF comunicou que a Arábia Saudira suspendeu a exportação de frango de duas unidades, especificamente Dois Vizinhos (PR) e Francisco Beltrão (PR).
Contudo, a companhia informou que a medida é temporária e solicita às autoridades brasileiras, entre outros, mais detalhes acerca das investigações conduzidas entre 2014 e 2018 sobre supostas violações cometidas pela companhia na produção de ração e premix, preparado contendo vitaminas e aminoácidos.
“O impacto efetivo dessa medida para a BRF se restringe às exportações da planta de Dois Vizinhos, que vinha operando com um volume de aproximadamente 6 mil toneladas/mês de exportação para a Arábia Saudita. A planta de Francisco Beltrão não estava realizando embarques ao país”, afirma a empresa.
Biosev (BSEV3)
A Biosev, braço sucroenergético do Grupo Louis Dreyfus, voltou a dar lucro líquido, reportando resultado de R$ 2,857 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2019/20, entre outubro e dezembro do ano passado – o resultado leva em conta os impactos da norma IFRS 16, sem a qual a companhia teria registrado lucro líquido de R$ 22,679 milhões. No mesmo trimestre da safra anterior, a companhia havia registrado prejuízo líquido de R$ 230,552 milhões.
Em nove meses de safra, a companhia acumula prejuízo líquido de R$ 470,372 milhões, queda de 47,30% sobre os R$ 892,581 milhões de prejuízo em igual período de 2018/2019.
O prejuízo no acumulado da safra se deve, entre outros fatores, à variação cambial, já que cerca de 90% da dívida da companhia é em dólar. Já o lucro no trimestre é resultado, em parte, do avanço dos preços médios de açúcar e etanol.
A receita líquida da companhia (ex-HACC) caiu 12,7% na mesma base de comparação trimestral, para R$ 1,422 bilhão, e recuou 2,4% em nove meses, a R$ 4,926 bilhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ex-revenda/HACC totalizou R$ 334,341 milhões no terceiro trimestre de 2019/2020, queda de 29,1% sobre igual período da safra passada, e subiu 9,4% na comparação dos três primeiros trimestres de 2018/2019 e 2019/2020, para R$ 1,373 bilhão.
A dívida líquida em 31 de dezembro do ano passado era de R$ 5,637 bilhões, 0,4% maior em comparação com a do segundo trimestre de 2019/2020, finalizado em 30 de setembro, de R$ 5,615 bilhões. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda da Biosev caiu de 3,10 vezes para 3,05 vezes entre os segundo e terceiro trimestres da atual safra.
Pão de Açúcar (PCAR4)
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) comunicou ao mercado que a B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, que controla a Bolsa de Valores de São Paulo, admitiu o GPA no segmento especial de listagem Novo Mercado. “A migração para o Novo Mercado reforça o compromisso do GPA com elevados padrões de governança corporativa, além de poder permitir ao GPA ampliar sua base de potenciais investidores”, comentou o grupo varejista.
Carrefour Brasil (CRFB3)
O Carrefour Brasil anunciou neste domingo a compra de 30 lojas da rede Makro no país, por R$ 1,95 bilhão. O objetivo é acelerar a expansão do Atacadão, marca de “atacarejo” do Carrefour. Com a aquisição, o Atacadão passa a ter 217 pontos de venda.
Segundo comunicado, as lojas ficam em 16 estados e no Distrito Federal e as bandeiras serão convertidas em até 12 meses. A transação também envolveu a compra de 14 postos de gasolina. Veja mais clicando aqui.
Triunfo (TPIS3)
A Triunfo Participações comunicou ao mercado que o seu plano de recuperação judicial para a sua subsidiária Aeroportos Brasil Viracopos S.A. foi aprovado pela Assembleia Geral de Credores realizada no último dia 14. O plano prevê que a concessionária deverá requerer a relicitação do contrato de concessão do Aeroporto de Viracopos (SP), o segundo maior em volume de cargas do Brasil após Guarulhos.
A Triunfo também comunicou ao mercado que assinou um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que estabeleceu que os valores concedidos (pelo banco) à concessionária em Viracopos não estão sujeitos ao processo de recuperação judicial.
Priner (PRNR3)
As ações da Priner estreiam hoje no Novo Mercado da B3. O papel foi precificado em R$ 10, piso da faixa indicativa que
variava até R$ 13.
A companhia atua na área de engenharia de manutenção com foco em acesso, pintura, isolamento, inspeção e limpeza industrial.
Fertilizantes Heringer (FHER3)
A Fertilizantes Heringer (FHER3) comunicou que o seu plano de recuperação judicial foi homologado pela Segunda Vara Cível da Comarca de Paulínia (SP). A Heringer tem uma dívida superior a R$ 2 bilhões. O plano de recuperação judicial da empresa foi aprovado pelos credores em 3 de dezembro do ano passado, mas faltava a homologação do poder judiciário. Algumas unidades da Heringer, com a aprovação do plano, terão as suas atividades suspensas para economizar recursos: Uberaba (MG), Rosário do Catete (SE), Paranaguá (PR), Porto Alegre (RS), Rio Grande (RS), Dourados (MS) e Rio Verde (GO).
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(Com Agência Estado)
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