SÃO PAULO – Após mais um término de semana bastante tenso nos mercados globais, os próximos dias terão atenção redobrada em três temas: no Brasil, com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom); nos Estados Unidos com uma nova bateria de dados econômicos; e na China por conta da evolução do coronavírus.
No cenário doméstico, após o Banco Central cortar a Selic para 4,25% e indicar o fim do ciclo de reduções de juros, os investidores querem entender melhor a visão da autoridade monetária e os próximos passos, com possível manutenção das taxas até o fim do ano ou se ainda há espaço para os juros caírem mais no futuro próximo.
Em sua decisão, o Copom disse que ainda vê fatores de risco em ambas as direções, dando mais ênfase para 2021 como horizonte relevante para a política monetária. Além disso, o BC projeta o IPCA a 3,8% no próximo ano, levemente acima da meta de 3,75%, em cenário com juro constante a 4,5% e câmbio constante a R$ 4,25.
Já na segunda frente, a agenda americana ganha atenção especial, com chance de impactar o mercado de juros e o câmbio, após o relatório de emprego vir mais forte que o esperado, o que abre espaço para o Federal Reserve manter os juros nos EUA.
Os dados de inflação do CPI e as vendas no varejo serão destaque na semana, mas a maior atenção ficará para o discurso do chairman do Fed, Jerome Powell, que falará no Painel de Serviços Financeiros da Câmara americana na terça-feira (11).
Enquanto isso, na China a agenda será mais fraca, mas os investidores irão manter os holofotes voltados para a segunda maior economia do mundo e o aumento dos casos do coronavírus.
Após forte queda na última segunda com o retorno pós-feriado, as bolsas se recuperaram nos dias seguintes, mas a cautela voltou na sexta com novos dados de força da doença e temores sobre qual será o impacto na economia. A china adiou a divulgação da balança comercial.
Atividade econômica e resultados
Voltando ao Brasil, a agenda contará ainda com dados de atividade econômica, que ganham mais importância após os recentes números fracos da indústria. A partir de quarta-feira (12) serão divulgados os números de vendas no varejo, dado de serviços e o IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Ainda serão divulgados na semana os números de inflação medidos pelo IGP-10, referente a fevereiro, e a primeira prévia do IGP-M do mês.
No noticiário corporativo, na quarta e na quinta saem os relatórios de produção do quarto trimestre de 2019 da Petrobras (PETR3; PETR4) e da Vale (VALE3), respectivamente. Os balanços de cada uma serão divulgados apenas na semana seguinte.
Dentro da temporada de resultados, serão 17 empresas reportando os números dos três últimos meses do ano passado. Entre os destaques ficam o Itaú Unibanco (ITUB4), BB Seguridade (BBSE3), Banco Inter (BIDI11) e Banco do Brasil ([ativo=BBSA3]).
Além disso, estreiam na próxima semana as ações da Moura Dubeux na Bolsa, enquanto na sexta está prevista a precificação do IPO da Priner.
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